Ferro Rodrigues esteve reunido com o Governo para conhecer as linhas gerais do Orçamento do Estado para 2015. À saída, afirmou que este é um "orçamento de esgotamento do país, de um Governo esgotado e um orçamento de continuidade", e lamentou que "todas as perspectivas de baixa da sobretaxa e de impostos não se verificam".

O líder da bancada socialista rejeitou ainda que o Governo atire para 2016, e consequentemente para um novo Governo, possivelmente socialista, a redução de impostos, caso seja utilizada a modalidade de crédito fiscal. "O PS, se for Governo, não pode estar condicionado na elaboração do orçamento", assinalou. "Esta inversão de regras de que há um governo que sobe impostos e que há outro que devolve dinheiro pode ser muito audaz mas o próximo governo tem de ter toda a margem de manobra".

Segundo a imprensa de hoje, nomeadamente o Correio da Manhã e o Diário Económico, a redução do IRS será remetida para 2016, conforme a cobrança que exista em 2015. Se a cobrança de 2015 for superior à deste ano, a sobretaxa poderá descer em 2016, através de um crédito que será entregue aos contribuintes. A sobretaxa está avaliada em 760 milhões de euros, pelo que, para ser devolvida na totalidade, a cobrança extra de impostos em 2015 terá de atingir esse montante.

Ferro Rodrigues disse ainda estranhar que "a um ano de eleições vêm pedir o apoio do PS para tudo". Quanto à redução de impostos, "a questão vai ser sempre colocada no balanço entre a receita e a despesa".

O PS deverá votar contra. "Só muito dificilmente será ao contrário", antecipa Ferro Rodrigues.