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Ferreira Leite: PSD deve "vender a alma ao diabo para pôr a esquerda na rua"

A ex-presidente do partido elogia Rui Rio por admitir apoiar um governo minoritário de António Costa para afastar a extrema-esquerda do arco do poder. "É isso que a gente espera de um líder social-democrata", frisa.

A ex-ministra das Finanças de Durão Barroso e antiga ministra da Educação de Cavaco Silva é uma das mais próximas de Rui Rio. No Parlamento trabalharam juntos, partilhando o acompanhamento pelas matérias orçamentais.
Bruno Simão/Negócios
António Larguesa alarguesa@negocios.pt 15 de Janeiro de 2018 às 11:07

Manuela Ferreira Leite considera que "da mesma forma que o Bloco de Esquerda e o PCP têm vendido a alma ao diabo, exclusivamente com o objectivo de pôr a direita na rua", também ao PSD "lhe fica muito bem se vender a alma ao diabo para pôr a esquerda na rua".

 

Apoiante de Rui Rio, que integrou a sua direcção no PSD, a ex-presidente do partido elogia a postura do vencedor das directas, que durante a campanha eleitoral assumiu que, em caso de derrota nas legislativas, viabilizaria um governo do PS para "evitar que o país continue governado completamente à esquerda e amarrado à extrema-esquerda como tem andado".

 

Em declarações à TSF, Manuela Ferreira Leite afirma que essa postura "é isso que a gente espera de um líder social-democrata", recusando ver nessa declaração do ex-autarca do Porto um sinal de falta de ambição para as eleições previstas para o Outono de 2019, como foi interpretado pelo rival interno, Pedro Santana Lopes.

 

Segundo uma sondagem da Aximage para o Negócios, feita e divulgada antes da votação no PSD, na comparação com Rui Rio, o actual secretário-geral do PS, António Costa, recolhe 55,7% das preferências quando é colocada a questão sobre qual o político que inspira mais confiança para o cargo de primeiro-ministro, ficando o agora líder laranja com 33% das respostas dos 600 inquiridos.

 

No sábado, Rui Rio venceu as eleições no PSD com 54,37% dos votos, com uma diferença de cerca de dez pontos percentuais para o ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. É o 18.º presidente do partido desde o 25 de Abril de 1974 e sucede a Pedro Passos Coelho, eleito em 2010, que vai também abandonar o Parlamento depois do Congresso, agendado para os dias 16, 17 e 18 de Fevereiro em Lisboa.

 

Liderança parlamentar sob pressão

 

Conhecido o novo líder do PSD, as atenções viraram-se quase de imediato para o líder parlamentar do partido, Hugo Soares, que apoiou Pedro Santana Lopes na disputa interna. Depois de Luís Marques Mendes e de José Eduardo Martins, também Ferreira Leite considera que o sucessor de Luís Montenegro deve colocar o lugar à disposição.

 

"Há determinados lugares ou funções dentro do partido que, evidentemente, quando há mudança de líder, implicam, no mínimo, pôr o lugar à disposição. (…) Acho que é óbvio que isso acontecerá. Agora, qual é a decisão de Rui Rio, se mantém o mesmo líder parlamentar ou não, já não sou capaz de dizer", sintetizou a ex-ministra das Finanças na entrevista à TSF.

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