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Ex-conselheiro de Trump entrega-se ao FBI e admite ter mentido sobre conversas com Rússia
No espaço de um mês, esta é a segunda personalidade próxima de Trump a entregar-se ao FBI no âmbito das investigações de intervenção de Moscovo nas eleições norte-americanas. O primeiro foi o seu director de campanha, Paul Manafort.
O antigo conselheiro de segurança nacional do presidente norte-americano, Michael Flynn, entregou-se esta sexta-feira, 1 de Dezembro, ao FBI, depois de ter sido acusado de mentir às autoridades sobre os seus contactos com o embaixador russo nos EUA, avança a Reuters.
Horas antes de se ter entregado às autoridades, o organismo especial dedicado a investigar a alegada intervenção de responsáveis russos nas eleições de Novembro de 2016 nos EUA e a sua relação com a campanha de Donald Trump, tinha acusado Flynn de prestar falsas declarações.
Contudo, um advogado da Casa Branca já veio garantir que o depoimento de Flynn não implica mais ninguém do que ele próprio. "As falsas declarações em causa são as mesmas que envolvem responsáveis da Casa Brance e que resultaram da sua semissão em Fevereiro," acrescentou Ty Cobb.
24 dias como conselheiro do presidente
Michael Flynn tinha-se demitido do cargo de conselheiro de Trump em Fevereiro passado, menos de um mês depois de ter assumido funções, após informações de que teria enganado o vice-presidente, Mike Pence, e outros funcionários sobre os seus contactos com a Rússia.
"'Não acho que ele tenha feito nada errado. Se fez alguma coisa, foi bem.' (...) Ele estava só a fazer o trabalho dele," disse Trump também em Fevereiro, instado a comentar os alegados contactos de Flynn com os russos.
As acusações deduzidas a Flynn e hoje reveladas remontam exactamente ao início do ano, em particular a 24 de Janeiro, data em que o então conselheiro terá faltado à verdade nas declarações que prestou ao FBI.
Segundo a Reuters, este antigo membro da administração Trump negou ter pedido ao embaixador russo em Washington para que Moscovo contivesse a escalada de tensão com os EUA depois de aplicadas sanções à Rússia e disse ainda não se lembrar que o embaixador lhe disse que Moscovo moderou a sua resposta face a Washington exactamente devido à sua intervenção.
"Sou totalmente responsável pelas minhas acções"
"Foi extraordinariamente doloroso aguentar durante vários meses falsas acusações de 'traição' e outros actos afrontosos. Essas acusações falsas vão contra tudo aquilo que sempre fiz e defendi. Mas reconheço que as acções admitidas hoje em tribunal são erradas e, através da minha fé em Deus, estou a trabalhar para resolvê-las. (...) Sou totalmente responsável pelas minhas acções," escreveu mais tarde em comunicado.
Tanto a campanha de Donald Trump como Moscovo sempre negaram qualquer conluio tendo em vista influenciar as eleições norte-americanas de que Trump saiu vencedor, derrotando Hillary Clinton.
No espaço de um mês, Flynn é a segunda personalidade próxima de Trump a entregar-se ao FBI. O primeiro foi o seu director de campanha, Paul Manafort. A 30 de Outubro apresentou-se às autoridades também no âmbito da investigação de conluio entre Moscovo e a campanha do actual presidente.
Além de Flynn e de Manafort, também um associado deste último, Robert Gates, e um outro membro da campanha Trump, George Papadopoulos, estão acusados neste processo.
(notícia actualizada às 20:17 com mais informações)