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Ex-conselheiro de Trump entrega-se ao FBI e admite ter mentido sobre conversas com Rússia

No espaço de um mês, esta é a segunda personalidade próxima de Trump a entregar-se ao FBI no âmbito das investigações de intervenção de Moscovo nas eleições norte-americanas. O primeiro foi o seu director de campanha, Paul Manafort.

Antes de ser conselheiro  de Segurança Nacional, Michael Flynn, general de três estrelas e antigo responsável dos serviços secretos no Pentágono, teve encontros com o embaixador russo, Sergey Kislyak. Encontros cujo teor não passou por completo ao vice-presidente, Mike Pence, quando este o convidou para o cargo, segundo o Departamento de Justiça. Na demissão, pediu desculpa ao Presidente e ao vice-presidente por os ter induzido em erro com 'informação incompleta'. Foi a primeira demissão de peso na equipa de Donald Trump, que ainda não está completa. O seu substituto, o tenente-general HR McMaster, foi anunciado na segunda-feira.
reuters
01 de Dezembro de 2017 às 15:09
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O antigo conselheiro de segurança nacional do presidente norte-americano, Michael Flynn, entregou-se esta sexta-feira, 1 de Dezembro, ao FBI, depois de ter sido acusado de mentir às autoridades sobre os seus contactos com o embaixador russo nos EUA, avança a Reuters.

Horas antes de se ter entregado às autoridades, o organismo especial dedicado a investigar a alegada intervenção de responsáveis russos nas eleições de Novembro de 2016 nos EUA e a sua relação com a campanha de Donald Trump, tinha acusado Flynn de prestar falsas declarações.

O general na reforma, ouvido ainda esta sexta-feira pela investigação especial do Departamento de Justiça, declarou-se culpado das acusações. Segundo a ABC, Flynn comprometeu-se a colaborar com a investigação e poderá - segundo a NBC - inculpar o genro de Trump, Jared Kushner, dizendo que foi ele quem, quando ainda candidato presidencial, o instruiu a fazer os contactos com os russos.

Contudo, um advogado da Casa Branca já veio garantir que o depoimento de Flynn não implica mais ninguém do que ele próprio. "As falsas declarações em causa são as mesmas que envolvem responsáveis da Casa Brance e que resultaram da sua semissão em Fevereiro," acrescentou Ty Cobb.

24 dias como conselheiro do presidente

Michael Flynn tinha-se demitido do cargo de conselheiro de Trump em Fevereiro passado, menos de um mês depois de ter assumido funções, após informações de que teria enganado o vice-presidente, Mike Pence, e outros funcionários sobre os seus contactos com a Rússia. 

"'Não acho que ele tenha feito nada errado. Se fez alguma coisa, foi bem.' (...) Ele estava só a fazer o trabalho dele," disse Trump também em Fevereiro, instado a comentar os alegados contactos de Flynn com os russos.

As acusações deduzidas a Flynn e hoje reveladas remontam exactamente ao início do ano, em particular a 24 de Janeiro, data em que o então conselheiro terá faltado à verdade nas declarações que prestou ao FBI.

Segundo a Reuters, este antigo membro da administração Trump negou ter pedido ao embaixador russo em Washington para que Moscovo contivesse a escalada de tensão com os EUA depois de aplicadas sanções à Rússia e disse ainda não se lembrar que o embaixador lhe disse que Moscovo moderou a sua resposta face a Washington exactamente devido à sua intervenção.

"Sou totalmente responsável pelas minhas acções"

"Foi extraordinariamente doloroso aguentar durante vários meses falsas acusações de 'traição' e outros actos afrontosos. Essas acusações falsas vão contra tudo aquilo que sempre fiz e defendi. Mas reconheço que as acções admitidas hoje em tribunal são erradas e, através da minha fé em Deus, estou a trabalhar para resolvê-las. (...) Sou totalmente responsável pelas minhas acções," escreveu mais tarde em comunicado.


Tanto a campanha de Donald Trump como Moscovo sempre negaram qualquer conluio tendo em vista influenciar as eleições norte-americanas de que Trump saiu vencedor, derrotando Hillary Clinton.

No espaço de um mês, Flynn é a segunda personalidade próxima de Trump a entregar-se ao FBI. O primeiro foi o seu director de campanha, Paul Manafort. A 30 de Outubro apresentou-se às autoridades também no âmbito da investigação de conluio entre Moscovo e a campanha do actual presidente.

Além de Flynn e de Manafort, também um associado deste último, Robert Gates, e um outro membro da campanha Trump, George Papadopoulos, estão acusados neste processo.

(notícia actualizada às 20:17 com mais informações)

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