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Economista de Bolsonaro investigado por fraude com pensões estatais

Paulo Guedes, o economista de Bolsonaro, está a ser investigado pelo Ministério Público brasileiro por fraude em negócios com fundos de pensões estatais

Reuters
10 de Outubro de 2018 às 23:23
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Paulo Guedes (na foto) pode ter sido um elemento chave para Bolsonaro ser o candidato mais votado na primeira volta eleitoral para as presidenciais brasileiras - o candidato da extrema-direita conseguiu 46% dos votos, ficando muito próximo da maioria que lhe garantia uma passagem directa para o Planalto. Mas o economista "guru" de Jair Bolsonaro está a ser investigado pelo Ministério Público brasileiro por suspeitas de fraude.

Guedes, que elaborou o plano de privatizações para vários sectores da economia brasileira, conseguindo captar votos junto da sociedade mais endinheirada, está a ser investigado por fraude em negócios com fundos de pensões estatais, informou um procurador do MP brasileiro em declarações à agência Reuters.

Esta quarta-feira, o jornal brasileiro Folha de S. Paulo avançava que Guedes ficou com pelo menos mil milhões de reais (cerca de 230 milhões de euros) de várias entidades através da sua empresa de gestão de activos. O alegado esquema terá iniciado em 2009. Guedes ter-se-á associado a directores de fundos de pensões ligados ao Partido dos Trabalhadores e do Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

De acordo com o Ministério Público brasileiro, há "relevantes indícios de que, entre Fevereiro de 2009 e Junho de 2013, directores e/ou gestores dos fundos de pensões e da sociedade por acções BNDESPAR se associaram ao empresário Paulo Roberto Nunes Guedes, controlador do Grupo HSM", com a intenção de cometer "crimes de gestão fraudulenta ou temerária de instituições financeiras e emissão e negociação de títulos imobiliários sem lastros ou garantias".

A Folha de S. Paulo questionou Bolsonaro e Paulo Guedes sobre o caso, mas ambos se negaram a responder.

A investigação foi instaurada pela equipa da Operação Greenfield que investiga esquemas de pagamento de "propina" (subornos) em fundos de pensões, explica o mesmo jornal. As transacções suspeitas terão sido feitas a partir de 2009 com executivos indicados pelo PT eMDB que também são investigados actualmente por desvio de recursos das instituições.

Bolsonaro vai à segunda volta das presidenciais contra o candidato do PT, Fernando Haddad, a realizar-se a 28 de Outubro, depois de ter sido, de longe, o candidato mais votado na primeira volta com 46% dos votos contra os 29% de Haddad.

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