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Deputada do PS obteve fundos europeus para projetos já concluídos
A empresa familiar que era gerida pela parlamentar socialista encaixou 276 mil euros com dois projetos turísticos na região de Castelo Branco, à margem do que previam os regulamentos comunitários, denuncia o Público.
Apesar de ser clara a regra de que só podia haver aprovação de subsídios para obras que não estivessem concluídas aquando da decisão final sobre as candidaturas, a deputada Hortense Martins beneficiou de fundos europeus de 276 mil euros destinados a projetos turísticos que já estavam prontos e, num dos casos, até a funcionar há dois anos.
De acordo com uma investigação do Público, em causa estão dois valores obtidos pela líder do PS no distrito de Castelo Branco, que é casada com o atual presidente da autarquia local, Luís Correia. Em 2010 foram atribuídos 171 mil euros para a construção de um "centro de lazer e turismo gastronómico", enquanto em 2013 viria a angariar mais 105 mil euros para uma unidade de turismo em espaço rural.
O destino do dinheiro foi a Investel, uma empresa da família de Hortense Martins – eleita pela primeira vez para a Assembleia da República em 2005 –, enquanto a aprovação coube a uma associação criada por três autarquias (Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penamacor e Vila Velha de Ródão) com competência para a gestão de fundos europeus, que era presidida por um vereador da Câmara de Castelo Branco, liderada na altura pelo socialista Joaquim Morão.
Há precisamente um ano, o atual autarca, Luís Correia, no cargo desde 2013, viu-se também envolvido numa polémica por ter contratado em 2014 e 2015 uma empresa (Strualbi – Estruturas de Alumínio) detida, entre outros, pelo seu pai, pelo seu sogro e ainda pelo tio da mulher, a deputada Hortense Martins. O edil argumentou na altura que "não se apercebeu" do envolvimento de familiares nessa empresa.