Notícia
Daniel Oliveira: “O Bloco do ponto de vista estratégico é muito mais frágil que o PCP”
O ex-dirigente do Bloco de Esquerda e do Livre defende, em entrevista ao i, que a actual solução de Governo é frágil, mas considera que não há alternativa. Já o Bloco – em quem garante que voltaria a votar – tem um problema de estratégia.
Daniel Oliveira tem palavras elogiosas para a forma como António Costa tem governado. Pelo menos, certifica que "isto não é um Governo austeritário" e que pela primeira vez desde 2010 se assiste a um "desagravar da austeridade". "Não se limitou a redistribuir melhor os sacrifícios, redistribuiu melhor os rendimentos", observa. No entanto, a solução que suporta o Executivo é "muito frágil" e não ajuda o facto de Bloco e PCP não saberem governar.
O actual comentador e colunista do Expresso considera, na entrevista hoje publicada no i, que António Costa deu "um tiro no pé" com a falhada intenção de descer a Taxa Social Única (TSU), atribuindo a "forma desastrada" como geriu o processo à necessidade de "conjugar os condicionalismos europeus com o acordo com os partidos à sua esquerda". Um "problema que vai acompanhá-lo sempre", aliás. Mas "não há nenhuma alternativa a este Governo"
Daniel Oliveira não compreende que Costa não tenha tido "conversas sérias e longas, as que fossem necessárias, com o Bloco e o PCP". E é essa a "grande fragilidade desta solução de Governo": o facto de "quem participa nas decisões não participa no Governo, não participa no deve e haver de todas as decisões que são tomadas". Uma referência ao facto de tanto o BE como o PCP não estarem no Governo.
E não estão porque não sabem o que fazer, interpreta. Por exemplo, quanto à Europa. "Não ouvi do PCP e do Bloco algo que me explique como é possível fazer essa rotura. O Bloco e o PCP têm uma posição de fundo, mas não têm uma estratégia", e uma das razões para que isso aconteça é por não terem "uma estratégia de poder". "Não é só porque não se entendem com o PS que o Bloco e o PCP não querem entrar para o Governo, é porque não sabem o que fazer num Governo", assume Daniel Oliveira.
Apesar de garantir que voltaria a votar no Bloco de Esquerda, Daniel Oliveira diz que ainda há coisas que o incomodam no partido. "Do ponto de vista estratégico, é muito mais frágil que o PCP, continua a ser um partido com pouca estratégia e muita táctica, e com pouco rumo". E por causa disso "não se percebe o que procuram sem ser a curto prazo".
Nesse domínio, o PCP é mais forte. "Nos momentos mais difíceis da geringonça, vejo o PCP mais firme no percurso que decidiu fazer do que o Bloco", que "demasiadas vezes" se distrai "com o seu próprio fogo de artificio".
A propósito de José Sócrates, Daniel Oliveira diz que confia menos em juízes do que em políticos. "Porque nos políticos eu voto, nos juízes não".
O actual comentador e colunista do Expresso considera, na entrevista hoje publicada no i, que António Costa deu "um tiro no pé" com a falhada intenção de descer a Taxa Social Única (TSU), atribuindo a "forma desastrada" como geriu o processo à necessidade de "conjugar os condicionalismos europeus com o acordo com os partidos à sua esquerda". Um "problema que vai acompanhá-lo sempre", aliás. Mas "não há nenhuma alternativa a este Governo"
E não estão porque não sabem o que fazer, interpreta. Por exemplo, quanto à Europa. "Não ouvi do PCP e do Bloco algo que me explique como é possível fazer essa rotura. O Bloco e o PCP têm uma posição de fundo, mas não têm uma estratégia", e uma das razões para que isso aconteça é por não terem "uma estratégia de poder". "Não é só porque não se entendem com o PS que o Bloco e o PCP não querem entrar para o Governo, é porque não sabem o que fazer num Governo", assume Daniel Oliveira.
Apesar de garantir que voltaria a votar no Bloco de Esquerda, Daniel Oliveira diz que ainda há coisas que o incomodam no partido. "Do ponto de vista estratégico, é muito mais frágil que o PCP, continua a ser um partido com pouca estratégia e muita táctica, e com pouco rumo". E por causa disso "não se percebe o que procuram sem ser a curto prazo".
Nesse domínio, o PCP é mais forte. "Nos momentos mais difíceis da geringonça, vejo o PCP mais firme no percurso que decidiu fazer do que o Bloco", que "demasiadas vezes" se distrai "com o seu próprio fogo de artificio".
A propósito de José Sócrates, Daniel Oliveira diz que confia menos em juízes do que em políticos. "Porque nos políticos eu voto, nos juízes não".