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Cristas critica "austeridade à esquerda" que penaliza classe média
A presidente do CDS criticou hoje a "austeridade à esquerda, ou 'a la gauche'", que está a penalizar "altamente" a classe média através dos impostos indirectos, nomeadamente nos combustíveis, para "satisfazer a agenda dos sindicatos e das esquerdas radicais".
"A classe média está a ser altamente penalizada com uma austeridade à esquerda ou 'a la gauche', que nós vemos na execução orçamental, com mais 2,3% de crescimento só na receita fiscal e 2,8% em geral. Isto significa mais 500 milhões de euros retirados aos bolsos dos portugueses através dos impostos indirectos, nomeadamente o gasóleo e a gasolina", afirmou a líder centrista no Cartaxo.
Falando à margem de uma visita à Agroglobal, Feira das Grandes Culturas, que decorre até sexta-feira em campos agrícolas junto ao Tejo, em Porto de Muge (Cartaxo), Assunção Cristas considerou ser "impossível" o Governo "desincumbir-se" do Orçamento de 2017 "sem atacar a classe média".
"Vemos neste momento um ataque forte à classe média para satisfazer a agenda dos sindicatos e das esquerdas radicais", acrescentou.
Assunção Cristas, que foi ministra da Agricultura no Governo PSD/CDS, visitou hoje a Agroglobal, Feira das Grandes Culturas, um certame profissional que decorre numa área de perto de 200 hectares de terrenos agrícolas junto ao Tejo, no concelho do Cartaxo, onde participará, à tarde, num debate sobre "os desafios da Agricultura nos próximos 15 anos".
Cristas afirmou que o CDS vai voltar a propor para o próximo Orçamento do Estado uma actualização das pensões mais baixas, "pelo menos acima da inflação", e um crédito fiscal para as empresas que invistam.
A líder centrista considerou "uma enorme hipocrisia" que o Bloco de Esquerda tenha proposto esta semana o aumento das pensões mínimas acima da inflação, depois de, juntamente com o PCP, ter votado contra a proposta feita pelo CDS para o orçamento que está em vigor.
"É uma extraordinária hipocrisia da parte das esquerdas, e nas esquerdas incluo todos, porque são todos 'farinha do mesmo saco'", declarou, sublinhando que o CDS continuará a trabalhar para que as pensões mais baixas, mínimas e rurais, "possam ter uma actualização acima pelo menos da inflação", matéria em que será "consistente e consequente".
Quanto às pensões da classe média, afirmou não ver como será possível qualquer actualização enquanto o país estiver "a pagar as facturas da agenda da esquerda radical" e a economia não crescer de forma "sustentável e duradoura".
"Aguardamos com serenidade para ver o Orçamento do Estado, mas os sinais que vamos tendo até agora são de facto de muito ruído e de pouca consistência", disse.
Assunção Cristas afirmou que outra prioridade para o CDS está na criação de mecanismos que podem incentivar o investimento, pelo que o partido proporá "um crédito fiscal reforçado para as empresas que façam investimento".