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Cravinho ignorou aviso do secretário de Estado sobre derrapagem no Hospital Militar de Belém

Atual ministro dos Negócios Estrangeiros disse ao Ministério Público que Jorge Seguro Sanches acompanhava a despesa no Hospital Militar de Belém. Apesar do alerta de Seguro Sanches, nomeou Alberto Coelho para presidente da Empordef.

José Sena Goulão/Lusa
20 de Setembro de 2023 às 08:10
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João Gomes Cravinho afirmou ao Ministério Público (MP), em agosto último, que Jorge Seguro Sanches, seu ex-secretário de Estado da Defesa, era responsável por acompanhar a despesa com as obras no Hospital Militar de Belém (HMB), mas ignorou o alerta de Seguro Sanches sobre a derrapagem suspeita dessa despesa quando, um ano depois, nomeou Alberto Coelho, então diretor responsável pela execução da obra, presidente de uma empresa do universo do Ministério da Defesa, a Empordef - Tecnologias de Informação. Coelho é o principal arguido acusado no processo "Tempestade Perfeita".

Cravinho, atual ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-ministro da Defesa, foi questionado pelo MP, na qualidade de testemunha, no âmbito desse inquérito, em 1 de agosto. E, segundo o Expresso, respondeu por escrito a 25 perguntas.

Na resposta dada agora ao MP, Cravinho afirmou que, "naquele momento", não tinha motivos para pensar que Coelho "não continuava a ser uma pessoa válida, capaz de continuar a contribuir para os objetivos do Ministério da Defesa". E disse também que não reconduziu Coelho, como diretor da Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN), porque "não estava satisfeito com a sua condução do processo do Hospital Militar de Belém". No Parlamento, em julho de 2021, Cravinho elogiou-o.

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