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Costa e Portas travam plano de cobertura prévio nas eleições

PSD, CDS e PS iam apresentar esta sexta-feira um diploma para regular a cobertura eleitoral, que obrigava os media a entregar um plano de cobertura prévio. Perante a polémica e ameaça de boicote, os partidos recuam e dizem que nunca houve um texto fechado.

Miguel Baltazar/Negócios
24 de Abril de 2015 às 20:26
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Primeiro foi a ameaça de boicote à cobertura das próximas legislativas a fazer as bancadas do  PSD, CDS e PS tremerem. Depois, as intervenções de António Costa e Paulo Portas acabaram por pôr um ponto final na intenção de obrigar os órgãos de comunicação social a entregar um plano de cobertura prévio, junto de uma comissão mista, composta por membros da CNE e da ERC. Agora é tempo de encontrar uma alternativa que seja mais consensual e envolva os representantes da comunicação social.

 

Paulo Portas foi o primeiro a reprovar publicamente a ideia. "Prezo muito a liberdade de imprensa e acho que isso diz tudo", afirmou. Seguiu-se Costa, numa nota enviada à Lusa. "Para que não subsista qualquer dúvida quanto à posição do PS sobre a matéria, o secretário-geral do PS deseja deixar claro que: discorda da solução constante daquele documento de trabalho; tem a garantia que o Grupo Parlamentar do PS nunca apoiará qualquer solução legislativa que limite as liberdades de informar e ser informado".

 

Esta quinta-feira, Inês de Medeiros, que coordenou o assunto do lado do PS, foi precisamente a única deputada a defender o plano de cobertura aos jornais, rádios e televisões. Ao Negócios, a deputada afirmou ainda na quinta-feira que "os órgãos de comunicação só podem ser avaliados em função daquilo que propõem, o que se pretende é que eles digam ao que vão". Do lado do PSD, já esta sexta-feira, Carlos Abreu Amorim explicou que não havia nenhuma proposta final, posição idêntica à que foi assumida pelo CDS.

 

A intervenção dos líderes partidários parece ter sido decisiva para arrumar com a proposta de um plano prévio a entregar pelos media. Passos Coelho também se pronunciou sobre o assunto, mas sem comentar a polémica proposta em concreto. "Desejo sinceramente que o Parlamento chegue a um entendimento nessa matéria, de modo a que a campanha possa, quando ocorrer, decorrer nas melhores condições, que sejam esclarecedoras para os portugueses", afirmou, citado pela Lusa.

 

Agora seguem-se mais negociações, que, de acordo com o CDS, devem envolver a comunicação social. "Têm que ser ouvidos todos os pontos de vista para se chegar a um entendimento", afirmou Filipe Lobo d’Ávila ao Negócios. O porta-voz do CDS rejeitou que haja um recuo. "Não há um recuo, há a intenção que o debate seja o mais participado possível".

 

Inês de Medeiros acrescentou ao Negócios que as duas prioridades do PS, neste processo, são "a valorização da independência editorial e das opções editoriais e o envolvimento da ERC no processo".

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