"Este texto morreu hoje e o processo que deu origem foi absolutamente errado." Foi desta forma que o Bloco de Esquerda comentou a proposta de diploma feita pela maioria e pelo PS relativamente à cobertura noticiosa de eleições.

O deputado bloquista José Soeiro afirmou que "ninguém acredita que haja qualquer hipótese da proposta fazer um caminho". "O processo eleitoral é demasiado importante para ficar dependente dos humores das televisões, mas também é demasiado importante para ser cozinhado à revelia das entidades pelo PSD, PS e CDS", atacou em conferência de imprensa.

"O Bloco de Esquerda nunca apoiará decisões deste tipo", criticou Soeiro, recusando qualquer "exame prévio", que o PS recusa, por sua vez, que exista. Na proposta de lei que a maioria e o PS queriam apresentar, estava em causa a apresentação de um plano de cobertura a uma comissão mista, constituída por membros da Comissão Nacional de Eleições e Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

O BE desaprova o processo de preparação desta proposta, dizendo que este tipo de decisões não pode ser feito entre alguns partidos. José Soeiro lembra que o BE foi contactado, há uma semana, para conhecer o diploma mas que recusou integrar por não concordar com o modelo. "Tínhamos bastantes reservas face à posição que vinham desenvolvendo. Não faríamos parte dessa negociação em circuito fechado".

"Entendemos que é preciso contar com o contributo de todos os partidos", defende. Isto porque há um caminho a fazer no que diz respeito à salvaguarda do pluralismo. Mas para isso é necessário um trabalho conjunto entre a comunicação social e todos os partidos, tendo ou não representação parlamentar.