O líder socialista sustentou esta quinta-feira que desde que o actual Executivo iniciou funções, em Novembro de 2015, teve como preocupação central adoptar uma combinação de políticas de avanços sociais e de consolidação das finanças públicas.

Palavras proferidas por António Costa no jantar comemorativo do 45.º aniversário do PS em Almada, junto ao Cristo Rei, e que a organização afirma ter juntado cerca de 1.200 apoiantes socialistas.

António Costa procurou sintetizar da seguinte forma qual a linha seguida pelo seu Executivo: "Não dar um passo a mais para um lado que desequilibre o outro lado; não estender a mão mais para ali para depois ficarmos com um problema aqui".

"Temos de dar força ao PS, porque é o factor de equilíbrio, de diálogo, de consenso, de mobilização e de unidade do conjunto da sociedade portuguesa", declarou, antes também de deixar um aviso aos militantes socialistas no sentido de evitarem uma atitude triunfalista.

"Precisamos de dar força ao PS porque este campeonato ainda não chegou ao fim. Sabemos bem que ainda temos muito trabalho pela frente", advertiu.

Para justificar a tese de que o PS é factor de equilíbrio, António Costa referiu que ainda na quarta-feira conseguiu "um acordo político que permite ao Governo desbloquear aquilo que apresentou desde a primeira hora como a pedra angular da reforma de Estado, a descentralização".

"Graças ao acordo com o PSD, vamos poder cumprir o nosso compromisso para com os portugueses de reforçar as competências das freguesias e dos municípios. O poder mais próximo das pessoas, é mais transparente, mais controlado e, sobretudo, mais eficiente", considerou o primeiro-ministro.

Antes deste elogio ao acordo celebrado com o PSD, o secretário-geral do PS tinha deixado mensagens em defesa de um paradigma de esquerda ao nível da acção governativa. "Temos muito orgulho na excelência da nossa gestão orçamental, na trajectória da nossa política económica e, também, nas medidas de reposição do Estado social", afirmou.

Mas, na perspectiva de António Costa, "aquilo que justifica a existência do PS e deste Governo é servir os portugueses e estar com os olhos sempre postos nas pessoas". "Por isso, temos muito orgulho nas metas do défice e do crescimento, mas tenho muito mais orgulho naquilo que são os números concretos das pessoas", declarou.

Neste ponto, o líder socialista reivindicou que o seu Governo, em dois anos e meio, tirou "80 mil pessoas da pobreza", cerca 130 mil crianças passaram a beneficiar de um abono de família superior e 288 mil portugueses encontraram emprego. "Mas acrescento que cerca de 2,8 milhões de portugueses viram as suas pensões recuperadas e actualizadas", completou António Costa.