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Congresso da CGTP chumba reforço das tendências minoritárias

Tendências do PS e do Bloco de Esquerda pediam mais meios e mais representatividade nos órgãos, mas as propostas foram chumbadas por larga maioria.

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As propostas apresentadas no congresso da CGTP para garantir mais meios e mais representatividade às correntes minoritárias  de socialistas e de bloquistas no orgãos executivos foram chumbadas esta sexta-feira pela esmagadora maioria dos delegados. A discussão sobre estas propostas marcou o primeiro debate do XIII Congresso, que decorre esta sexta-feira e este sábado em Almada.


Uma proposta subscrita por seis sindicatos, que na semana passada tinha sido defendida ao Negócios pela corrente sindical socialista, previa que as correntes de opinião fossem "dotadas dos meios necessários para o cumprimento das suas funções", sendo "facilitado o acesso aos meios de comunicação e publicações confederais, bem como o uso de instalações". Houve três abstenções e 24 votos a favor, num congresso com 740 delegados.

As propostas também contemplavam o reforço da participação nos órgãos do partido, nomeadamente através da redução do número e da representatividade dos sindicatos que podem apresentar listas para o Conselho Nacional. Esta proposta recolheu 44 votos a favor e quatro abstenções.

Uma terceira proposta de alteração aos estatutos apresentada pelo Sindicato Livre dos Pescadores, e que tinha sido defendida ao Negócios por sindicalistas do Bloco de Esquerda, previa que a comissão executiva, um órgão composto por 29 pessoas, espelhasse "a representação de todas as correntes de opinião político-ideológicas que se expressam na CGTP". Teve 44 votos a favor e quatro abstenções.

Tendências marcam primeiro debate do Congresso

O direito de tendência está previsto nos estatutos da CGTP, que no entanto apenas admitem a organização das tendências fora da organização.


A questão marcou o primeiro debate aceso do congresso, com os defensores da proposta a pedirem a "democratização" da organização e os opositores à proposta a defenderem que não se deve "parlamentarizar" a CGTP.

"Só a nossa corrente não está representada [na Comissão Executiva], é um atentado à democracia", referiu Joaquim Piló, dirigente do Sindicato dos Pescadores, próximo do Bloco de Esquerda.


"Os trabalhadores têm interesses comuns independentemente das suas opções ideológicas e das suas opções partidárias", afirmou Joaquim Dionísio, o responsável pelo gabinete jurídico que está de saída, rejeitando "uma certa parlamentarização" da CGTP.

A maioria dos membros que no Conselho Nacional já tinha chumbado estas propostas argumenta que as confederações patronais também não têm um direito de tendência regulamentado.

"Estava eu há tempos atrás num debate com representantes dos patrões e a questão do direito de tendência veio para cima da mesa", referiu Joaquim Dionísio. "Perguntei: mas porque é que vocês não têm direito de tendência? A resposta foi simples: porque nós somos organizações patronais. Pois é. E nós somos organizações sindicais" e "também não precisamos do direito de tendência", disse.

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