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Congresso do PS arranca em clima de "pré-primárias" para sucessão de Costa

Reeleito com mais de 90% nas eleições de junho, António Costa irá dividir atenções com potenciais sucessores, na reunião magna do PS deste fim de semana. Pedro Nuno Santos não irá discursar, mas aguarda-se contagem de espingardas para o futuro.

Lusa
27 de Agosto de 2021 às 20:32
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O Congresso de dois dias do Partido Socialista (PS) começa este sábado, em Portimão. A recuperação económica e social no pós-pandemia e as eleições autárquicas que estão à porta são os principais temas na agenda, mas a questão da sucessão de António Costa não deverá ser esquecida, apesar de haver quem defenda que (por enquanto) essa questão não se coloca. 

António Costa foi reeleito, em junho, para um novo mandato de dois anos à frente dos socialistas. Mas nem os 90% de votos conseguidos contra Daniel Adrião, líder de uma tendência minoritária no PS e crítico da direção, foram suficientes para acalmar as expectativas de muitos socialistas quanto ao pós-costismo, que olham para este congresso como uma espécie de pré-primárias. 

O atual líder do PS e primeiro-ministro já disse, em entrevista ao "Expresso", que não vê motivos para não cumprir o mandato como secretário-geral até ao fim e que só em 2023 é que irá esclarecer o seu futuro político. Certo é que, nessa altura, será o terceiro líder socialista com maior longevidade no cargo, atrás apenas de Mário Soares, um dos fundadores do PS, e de António Guterres. 

Tendo isso em conta, os 
olhos dos socialistas estarão postos, neste congresso, não só em António Costa, mas também em quem poderá começar a perfilar-se para lhe suceder. 

Uma mão cheia de potenciais candidatos

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, é apontado como um dos potenciais candidatos à sucessão. Conotado com a ala esquerda do PS, já fez saber, no entanto, que não irá discursar na reunião-magna dos socialistas. Mas, no congresso de 2018, que se realizou em Fátima, deu sinais de querer lançar-se na corrida à sucessão de António Costa. 

No Governo, também a ministra do Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, é vista como uma das potencais sucessoras do atual líder, especialmente depois de ter assumido, no período de férias de António Costa, as funções de primeira-ministra em exercício. Conhecida por ser o braço direito do primeiro-ministro no Executivo, seria uma aposta na continuidade.

Também Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, é uma das figuras apontadas para o pós-costismo. Quando António Costa deixou a Câmara de Lisboa para ir chefiar o Governo, foi Fernando Medina quem o foi substituir e há quem acredite que a sucessão na liderança do PS será uma espécie de "déjà vu". 

A deputada Ana Catarina Mendes é outra dos nomes mais falados, que tem ganho destaque enquanto líder parlamentar do PS. 



Sem mudanças de fundo para já

No que toca à linha política que vai marcar os próximos dois anos de mandato de António Costa, há uma palavra que se destaca: continuidade. Neste congresso, não são esperadas mudanças de fundo na composição atual da comissão política do PS, que funciona como órgão deliberativo no intervalo das reuniões da comissão nacional. 

Já os órgãos executivos do PS (secretariado nacional e comissão permanente) só serão eleitos na primeira reunião da nova comissão nacional saída do congresso de Portimão. 

A orientar a ação política do PS estará a moção "Recuperar Portugal, garantir o futuro", apresentada por António Costa na corrida contra Daniel Adrião e que foi coordenada por Mariana Vieira da Silva. De acordo com as linhas mestras da moção, o diálogo com os partidos à esquerda vai manter-se, assim como o 
afastamento dos setores da direita democrática que não se demarquem da extrema-direita (indireta para o PSD e CDS-PP).

Para manter são também as quatro prioridades identificadas na moção de António Costa: combater a precariedade, reforçar o Serviço Nacional de Saúde, melhorar as condições de habitação e concretizar o processo de descentralização, com vista a avançar com um debate sobre o processo de regionalização em 2024.

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