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Combustíveis: Governo reúne-se esta noite com sindicatos por causa da greve dos motoristas

O Governo anunciou que vai reunir-se com o sindicato e a ANTRAM esta terça-feira às 21h. O sindicato diz que está disponível a cumprir os serviços mínimos se empresas disserem quantos trabalhadores precisam.

# Porque Entra - Além de principal responsável pela ligação entre Governo e PS com os parceiros da plataforma parlamentar que apoia o Executivo, e de ser o líder da ala esquerda socialista, Pedro Nuno é também, cada vez mais, o favorito à sucessão de António Costa. Com a votação do último orçamento da legislatura, cuja negociação se prevê ainda mais espinhosa do que as anteriores, e as legislativas de 2019 no horizonte, é crescente a influência de Pedro Nuno Santos no quadro político nacional.
Bruno Colaço
Negócios jng@negocios.pt | Lusa 16 de Abril de 2019 às 19:03
O Governo vai reunir-se com os sindicatos e os patrões esta terça-feira, 16 de abril, às 21:00, na tentativa de desbloquear a greve dos motoristas de matérias perigosas que está a afetar o acesso a combustível. 

"O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e o Secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, reúnem hoje pelas 21 horas, com a ANTRAM (Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias) e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP)", adianta o Ministério das Infraestruturas e da Habitação em comunicado enviado às redações.

Entretanto o Governo requisitou militares para "conduzir camiões-sisterna das empresas privadas" para colmatar os impactos da greve, disse o presidente da Direção Nacional da ANTRAM, Gustavo Paulo Duarte, ao Observador. "É a própria ANTRAM que está a coordenar todo o processo e a fazer a ponte entre os militares que conduzem os camiões e as empresas que cedem esses camiões", explicou. 

A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo SNMMP, por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.

De acordo com a Lusa, o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) disse estar disponível a cumprir os serviços mínimos que foram ditados pelo Governo. Mas só o farão após receberem das empresas a informação de quantos trabalhadores são necessários para os cumprir. 

Em declarações à agência noticiosa, o vice-presidente do sindicato, Pedro Pardal Henriques, disse que falou por telefone "já várias vezes" com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, sobre a greve que começou na segunda-feira e que está a afetar o abastecimento de combustíveis no país.

"Nós dissemos ao senhor ministro aquilo que já tínhamos dito antes, que parte dos serviços mínimos estão a ser assegurados, ou seja, os serviços de saúde e da proteção civil estão a ser assegurados e dissemos que estávamos disponíveis para cumprir a lei no que respeita à requisição civil", afirmou o sindicalista.

Por isso, segundo acrescentou, "logo após a notificação que as empresas fizerem ao sindicato para que determinemos quais são os trabalhadores que irão fazer os serviços mínimos, nas 24 horas seguintes, que não serão necessárias serem esgotadas provavelmente, determinaremos quais os motoristas que vão fazer isso". Até ao momento, apenas uma empresa notificou o sindicato, disse a mesma fonte.

Sindicato diz que trabalhadores não vão desmobilizar
"As outras [empresas] têm estado a ameaçar os trabalhadores com despedimento. Aliás, acho que já devem estar todos os trabalhadores despedidos e até vejo com alguma dificuldade que sejam feitos serviços mínimos", considerou o dirigente do SNMMP.

De acordo com Pedro Pardal Henriques, o ministro das Infraestruturas comprometeu-se a falar com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), que continua a recusar sentar-se à mesa com o sindicato para negociar. "Estamos neste impasse: o senhor ministro a fazer pressão à ANTRAM e nós a aguardar por essa reunião", afirmou o sindicalista.

Hoje, o ministro da Economia, Siza Vieira, frisou que com a requisição civil "todos os motoristas de escala" estão obrigados a cumprir os serviços mínimos. Porém, o sindicalista defendeu que "não existem escalas", uma vez que elas são determinadas na véspera, tendo a greve começado nesse dia, ou seja, às 00h de segunda-feira.

"Estas pessoas estão desde domingo à meia-noite em greve e o contrato de trabalho suspendeu-se nessa altura", reforçou Pedro Pardal Henriques, considerando que o Governo está a "tentar tapar o sol com a peneira". "Em vez de andarem a tentar passar por cima de um problema como se ele não existisse, deviam era pressionar a ANTRAM a sentar-se com o sindicato e resolver esta situação antes que entremos num estado de calamidade pública", frisou o dirigente sindical.

Segundo o sindicalista, dificilmente os trabalhadores irão desmobilizar "porque foram ignorados durante 20 anos e estão a aguardar que alguém os ouça". 

Logo de manhã o Governo avançou com a requisição civil dos grevistas, tendo como objetivo assegurar "necessidades sociais impreteríveis na distribuição de combustíveis". Ainda assim, os serviços mínimos não estarão a ser cumpridos, existindo vários relatos de como os combustíveis já escasseiam em alguns postos e de como a greve afetou a atividade dos aeroportos de Faro e Lisboa

"Estamos a avaliar em que medida será retomado o abastecimento destas infraestruturas e temos razão para pensar que, nas próximas horas, o abastecimento vai ser retomado no âmbito estrito dos serviços mínimos. Em todo o caso, alternativas estarão disponíveis para fazer face a esta situação", assegurou o ministro das Economia ao início da tarde. 


(Notícia atualizada com mais informação às 20h02)
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