Depois de deixar a Venezuela para a sua quarta operação, desde que lhe foi diagnosticado cancro, Chávez não permitiu de imediato que o vice-presidente Nicolas Maduro assumisse o controlo. Contudo, a sua débil condição física levará a que, muito provavelmente, o país tenha que ir a eleições.

O decreto publicado na quarta-feira permite que Maduro passe a ter um grande controlo do governo, podendo conceder crédito público, ajustar o orçamento, expropriar e analisar as prestações de contas dos seus ministros.

Chávez fez algo de muito parecido no ano passado, quando delegou várias das suas funções presidenciais ao então vice-presidente Elias Jaua e ao ministro das Finanças Jorge Giordani, quando começou o seu tratamento em Cuba.

Maduro confessou ter falado 20 minutos ao telefone com Chávez, dizendo que este se encontra ciente dos seus deveres e a caminho da recuperação. Estas declarações foram um raro relato de uma conversa directa com o presidente venezuelano, algo que tem vindo a ser muito criticado pela oposição venezuelana.

A oposição tem vindo a pedir que uma junta médica avalie a capacidade de Hugo Chávez, a fim de saber se este se encontra capaz de assumir um novo mandato. "O que não há é informação, o que não há é vontade de dizer a verdade aos venezuelanos", afirmou o deputado e coordenador nacional do partido Primero Justicia, Julio Borges, à Unión Radio.