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Chanceler austríaco demite-se após avanço da extrema-direita

O chanceler austríaco e líder do SPÖ (Partido Social Democrata da Áustria), Werner Faymann, demitiu-se esta segunda-feira, 9 de Maio, e abandonou todas as funções políticas, noticia a agência austríaca APA.

09 de Maio de 2016 às 12:29
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O chanceler austríaco e líder do SPÖ (Partido Social Democrata da Áustria), Werner Faymann,  demitiu-se esta segunda-feira, 9 de Maio, e abandonou todas as funções políticas, noticia a agência austríaca APA.

De acordo com o mesmo meio a demissão foi inesperada e seguiu-se à perda de apoio político por parte de membros do seu partido, nomeadamente da ala sindicalista e da sua juventude partidária. 

"Este país precisa de um líder com o apoio total do partido. O governo precisa de um forte recomeço. Quem não tem esse apoio, não pode cumprir esta tarefa. (...) Estou grato por estes sete anos e meio e desejo muita sorte ao meu sucessor", disse esta segunda-feira o chanceler cessante, de 56 anos, citado pelo Spiegel e pelo The Guardian.

A saída ocorre depois de uma pesada derrota do candidato do SPÖ na primeira volta das presidenciais a 24 de Abril, Rudolf Hundstorfer, que ficou em quarto lugar com 11% dos votos, numa eleição ganha pelo candidato da extrema-direita Norbert Hofer. A segunda volta deverá ocorrer a 22 de Maio, opondo Hofer (do FPÖ, o Partido da Liberdade da Áustria) e o candidato dos Verdes, Alexander Van der Bellen.

O vice-chanceler, Reinhold Mitterlehner, vai entretanto assumirá interinamente o cargo de chanceler, de acordo com a agência APA.

No momento da saída, o chanceler cessante enunciou os desafios que enfrentou nos últimos anos, como o desemprego, a coesão social e a gestão da crise dos refugiados. A Áustria localiza-se no trajecto feito pelos migrantes em direcção à Alemanha, o que levou o Governo a criticar a abordagem europeia à crise e a tomar medidas para gerir a entrada de migrantes, como a suspensão temporária no início do ano do tratado de Schengen no território austríaco e o limite à aceitação de pedidos de asilo. 

O presidente do Governo Federal cumpria o segundo mandato no cargo, depois de ter sido reeleito em Dezembro de 2013 para novo período de cinco anos. Desde Agosto de 2008 que liderava o SPO, tendo-se tornado chanceler pela primeira vez a partir de Dezembro desse ano.

Durante o fim-de-semana e nos dias anteriores, vários sindicalistas questionaram a permanência de Faymann à frente do partido. O SPÖ deverá reunir esta tarde para discutir o nome do sucessor no Governo, devendo caber a Michael Häupl, actual presidente da Câmara de Viena, a liderança interina no partido.

(notícia actualizada às 14:52 com mais informação)

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