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António Costa quer renovar geringonça e ter o apoio do PAN e Livre
O Negócios está a acompanhar os resultados das legislativas no hotel Altis, em Lisboa, onde habitualmente o PS segue as noites eleitorais. Com vitória assegurada, António Costa quer renovar a "geringonça" e conseguir o apoio do PAN e do Livre.
Costa fecha noite eleitoral com "resultado reforçado" mas com acordos alargados
O PS fechou a noite eleitoral com um "resultado reforçado" e que permite formar Governo com o apoio de vários partidos. Essa foi a posição transmitida por António Costa ao final da noite, quando já estavam apurados os resultados do território nacional: o PS venceu as eleições com 36,65% dos votos e 106 deputados. Em 2015, os socialistas elegeram 85 deputados e tiveram 32,38% dos votos.
"O PS claramente ganhou as eleições e reforçou a sua posição política", afirmou o secretário-geral socialista. Mas António Costa, que nos últimos quatro anos teve o apoio parlamentar do Bloco de Esquerda, PCP e 'Os Verdes' também se referiu aos resultados do seus parceiros e do PAN que, apesar de formalmente não ter apoiado o PS, acabou por aprovar três dos quatro orçamentos do Estado do atual Governo.
"Os partidos que apoiaram a atual solução política consolidaram a sua posição eleitoral. O PAN registou um reforço politicamente relevante", afirmou o primeiro ministro.
Com estes resultados, António Costa tirou duas conclusões "os portugueses desejam um novo governo do PS reforçado para governar com estabilidade no horizonte da próxima legislatura".
"Em segundo lugar, gostaram da geringonça e desejam a continuidade da atual solução política agora com um PS mais forte", afirmou, perante os muitos aplausos dos militantes presentes na sala.
Nesse sentido, António Costa disse que vai procurar junto dos atuais parceiros parlamentares "renovar a solução política que os portugueses disseram [nas urnas] querer que tenha continuidade".
Mas António Costa quer ir mais longe ainda nos acordos: "retomaremos também os contactos que há quatro anos estabelecemos com o PAN". O objetivo é ver se o partido de André Silva volta a aprovar os orçamentos de Estado do PS. O primeiro-ministro disse ainda que vai encetar contacto com o Livre, que entra no parlamento pela primeira vez, o que motivou um forte aplauso no Altis.
Tendo sido o partido com mais votos, cabe ao PS ter a iniciativa de formar Governo e procurar apoios parlamentares. Aos restantes partidos - sobretudo os que procuraram travar a maioria absoluta do PS - cabe não fechar a porta, considerou.
Como? Costa não foi perentório, mas acabou por considerar que os acordos escritos foram "uma boa opção" e que "o que correu bem não deve ser alterado".
O primeiro-ministro referiu-se aos resultados do PSD e do CDS, incluindo a Iniciativa Liberal e o Chega, como a "maior derrota histórica". E sobre a eleição de André Ventura, que defende posições racistas, limitou-se a dizer: "Nós não queremos saber do Chega para nada".
A declaração de António Costa - e a noite eleitoral do PS - terminou em ambiente de festa, com gritos de "25 de abril sempre, fascismo nunca mais!" e com o hino nacional, numa sala a abarrotar de militantes e apoiantes socialsitas.
António Costa: "O que correu bem não deve ser alterado"
António Costa continua a responder aos jornalistas. Questionado sobre como é que, na prática, serão feitos esses acordos, e se o PS está disponível para negociar "orçamento a orçamento", o primeiro-ministro lembrou os acordos escritos exigidos em 2015 pelo então Presidente da República, Cavaco Silva.
"A solução encontrada em 2015 relevou-se uma boa opção", disse. "Pode ser até ironia que as exigências do anterior Presidente da República para dificultar acabaram por solidificar a solução", considerou.
E terminou: o "que correu bem não deve ser alterado".
Sobre a entrada do Chega no parlamento, e questionado sobre como é que o PS vai lidar com o partido de André Ventura, António Costa respondeu apenas: "Não queremos saber do Chega para nada".
António Costa: "Quem quis impedir maioria absoluta do PS tem responsabilidade acrescida"
"O caderno de encargos de cada partido é conhecido: é o programa eleitoral de cada um. Estamos empenhados em construir uma solução estável", afirmou António Costa, quando questionado sobre as eventuais linhas vermelhas para esses entendimentos.
O primeiro-ministro disse que o PS está "empenhado em construir" uma maioria, mas que "não tendo a maioria absoluta sozinhos, a responsabilidade é partilhada".
"A nossa responsabilidade [como partido vencedor] é de ter a iniciativa. E a dos outros é a não fechar a porta. Quem teve mesmo como objetivo impedir maioria absoluta do PS tem responsabilidades acrescidas", afirmou.
António Costa quer refazer "geringonça", mas também com PAN e Livre
O secretário-geral do PS vai procurar junto dos parceiros parlamentares - Bloco de Esquerda, PCP e Verdes - "renovar a solução política que os portugueses disseram [nas urnas] querer que tenha continuidade".
Mas António Costa quer ir mais longe ainda nos acordos parlamentares: "retomaremos também os contactos que há quatro anos estabelecemos com o PAN". O objetivo é ver se o partido de André Silva volta a aprovar os orçamentos de Estado do PS. O primeiro-ministro disse ainda que vai encetar contacto com o Livre, que entra no parlamento pela primeira vez, o que motivou um forte aplauso no Hotel Altis, em Lisboa.
Para António Costa, o PS "claramente ganhou as eleições e reforçou a sua posição política em Portugal". Mas sem maioria absoluta, o secretário-geral socialista afirmou que "a estabilidade política é essencial", por isso volta a procurar entendimentos com outras forças políticas.
Perante os resultados também do Bloco e da CDU, António Costa considerou que "os portugueses gostaram da geringonça e desejam a continuidade da atual solução política agora com um PS mais forte".
António Costa: "Todos temos de trabalhar para reduzir a taxa de abstenção em Portugal"
Com os resultados praticamente fechados, o secretário-geral do PS saudou todos os portugueses, os que exerceram o direito de voto, mas também os que "em consciência" decidiram não votar.
Ainda assim, deixou um comentário à forte abstenção que se verificou: "Todos temos de trabalhar para reduzir taxa de abstenção em Portugal".
Pedro Nuno Santos: "Não há nenhuma razão para não termos os próximos" quatro anos com estabilidade
"Durante quatro anos já governámos sem maioria absoluta, e governámos bem. Não há nenhuma razão para que isso não aconteça nos próximos quatro", afirmou o ministro das Infraestruturas e da Habitação.
Pedro Nuno Santos tinha sido questionado pelos jornalistas sobre os resultados do PS (partido mais votado mas sem maioria absoluta). "É uma grande vitória, não nos peçam para não festejarmos", disse.
Questionado sobre que outros partidos estão disponíveis para garantir um governo estável por quatro anos, uma vez que as projeções não antecipam uma maioria absoluta para o PS, Pedro Nuno Santos disse que não pode falar por outros partidos.
As projeções mostram que com o apoio do BE ou da CDU (que junta PCP e Verdes) o PS consegue ter uma maioria parlamentar.
Pedro Nuno Santos não quis falar em novos entendimentos. "Vamos trabalhar para que haja um governo que garanta estabilidade para o país. É isso que os portugueses querem".
Questionado sobre o significado das suas palavras, o dirigente socialista afirmou: "Já tivemos os últimos quatro anos de estabilidade, não há nenhuma razão para não termos os próximos".
Ana Catarina Mendes: É uma "grande vitória" do PS
A secretária-adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, foi a primeira dirigente socialista a falar depois de serem conhecidas as primeiras projeções que dizem que o partido foi o mais votado destas legislativas.
"Uma grande vitória do PS", uma "claríssima vitória do PS", afirmou Ana Catarina Mendes, entre gritos de vitória e aplausos dos militantes e apoiantes socialistas que estão a acompanhar a noite eleitoral no hotel Altis, em Lisboa.
"Os portugueses votaram pela estabilidade governativa e o PS empenhar-se-à para que os próximos quatro anos tenham um governo de estabilidade política, de estabilidade social de progresso e de futuro em Portugal", afirmou a dirigente socialista.
Perante o resultado do PSD, que teve 27,9% dos votos, segundo a sondagem Intercampus para a CMTV, Ana Catarina Mendes falou de uma "derrota histórica da direita em Portugal".
Perante eventuais acordos pós eleitorais, a secretária-adjunta do PS remeteu para declarações do líder do partido mais tarde. "O que estamos em condições para garantir é uma solução de quatro anos de estabilidade governativa em Portugal", disse.
Militantes festejam "vitória" do PS
As primeiras sondagens dão o PS como o partido mais votado, mas sem maioria absoluta, o que fez os apoiantes do partido aplaudirem e gritarem "vitória! vitória!", festejando os resultados.
A TVI, por exemplo, mostra que o PS pode ter entre 34,5% e 38,5% dos votos.
Entre os militantes que aguardavam pela divulgação das primeiras sondagens estavam o ministro Pedro Nuno Santos, o eurodeputado Pedro Marques e o secretário de Estado Duarte Cordeiro.
Mário Centeno: "Todos sentimos o dever cumprido"
À entrada para o hotel Altis, onde o PS segue o apuramento dos resultados das eleições legislativas deste domingo, Mário Centeno mostrou-se satisfeito com o dever cumprido.
"Agora é aguardar pelos resultados", disse o ministro das Finanças.
Questionado sobre futuros cenários de entendimento, o candidato socialista recusou "fazer cenários a esta hora".
"Foi uma enorme jornada eleitoral", considerou.