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CDS-PP diz que "naquilo que dependeu do Governo o país não esteve bem" em 2017

O CDS-PP considerou hoje que, em 2017,"naquilo que dependeu do Governo", Portugal "não esteve bem" e que o "desempenho razoável" da economia se deveu à melhoria da conjuntura internacional e à acção do anterior executivo PSD/ CDS-PP

Bruno Simão
01 de Janeiro de 2018 às 22:53
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"Naquilo que dependeu do Governo o país não esteve bem. No que não dependeu em grande parte do Governo, os resultados foram sendo melhores", afirmou o vice-presidente do CDS-PP, Nuno Melo, em Braga, numa reacção à mensagem de Ano Novo do Presidente da República.

Na tradicional mensagem de Ano Novo, este ano transmitida em directo a partir da sua casa, em Cascais, o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu que 2018 terá de ser o "ano da reinvenção" da confiança, advertindo que os portugueses precisam de ter a certeza de que, "nos momentos críticos, as missões essenciais do Estado não falham".

Numa curta intervenção, quase sem se referir às palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, o responsável do CDS-PP enumerou aquilo que o partido considerou ter corrido mal durante o ano de 2017, com destaque para o roubo de armamento em Tancos, para o "caso Raríssimas", para os incêndios e para a nova lei de financiamento dos partidos políticos.

"Em 2017, o Estado falhou no combate aos incêndios e no apoio às vítimas, respondeu tarde e respondeu mal. Em 2017, desapareceram armas dos quartéis e percebeu-se que na Defesa há um ministro que basicamente não faz qualquer diferença. Em 2017, o terceiro sector revelou, na Raríssimas, o desperdício absurdo onde faltam meios para quase tudo, apesar de denúncias que a tutela não validou por ausência de um ministro que nega responsabilidades que todo país já percebeu", enumerou.

"Em 2017 legislou-se também com a oposição do CDS, aprovando-se privilégios de regime de IVA para os partidos e abrindo-se a porta ao financiamento sem transparência e com menor controle das identidades públicas", lembrou.

Por aqueles motivos, sublinhou, "2017 não foi um ano particularmente saboroso para Portugal", embora tenham existido momentos menos negativos, mas que não aconteceram por acção do Governo de António Costa.

"Felizmente para Portugal, 2017 confirmou também uma melhoria da conjuntura económica internacional a par do saneamento das contas públicas e das reformas estruturais realizadas até 2015 e da explosão do Turismo, ajudaram a um desempenho razoável dos principais marcadores macroeconómicos", disse.

Nuno Melo apontou ainda que 2018 começa com aumento de impostos no sector dos combustíveis e aumentos em bens essenciais, o que, segundo o CDS-PP, contrasta com os anúncios que o Governo vai fazendo.

"Quando formos capazes todos de separar aquilo que é o tratamento mediático do Governo da sua acção política da realidade que nos vai penalizando, então é uma diferença que certamente saberemos validar num momento oportuno e, esse momento oportuno, será em 2019", referiu.

Sobre as palavras que Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu esta noite ao país, Nuno Melo disse apenas concordar com o Presidente da República quando este dividiu 2017 em dois: "Nesse ponto de vista, eu tenderia a concordar com o Presidente da República, até grande parte do ano tivemos algumas boas noticias, infelizmente naquilo que dependeu da intervenção do Governo as notícias foram o que se viu".

Ao Governo de António Costa, Nuno Melo deixou ainda um aviso: "O que poderão ter a certeza é que em 2018 o CDS continuará a ser uma oposição muito firme e ao mesmo tempo construtiva", disse.
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