Notícia
Marcelo: 2018 "tem de ser o ano da reinvenção", não podendo Estado falhar nas missões essenciais
Na declaração de Ano Novo, feita pela primeira vez em directo, Marcelo Rebelo de Sousa diz que 2018 tem de ser o ano da reinvenção, para que os portugueses possam voltar a confiar na segurança, não podendo o Estado falhar nas missões essenciais.
Na declaração ao país, como habitual no Ano Novo, o presidente da República começou por falar de 2017 como o ano contraditório, no mundo, na Europa e Portugal.
Mas, como referiu, o futuro é que importava falar. E, por isso, falou de 2018 como o ano da reinvenção, assumindo estar a falar pelo povo.
O ano de 2018 tem, por isso, disse, ser de "reinvenção da confiança dos portugueses na sua segurança", lembrando que esta é "mais do que estabilidade governativa, finanças sãs, crescente emprego, rendimentos. É ter a certeza de que, nos momentos críticos, as missões essenciais do Estado não falham nem se isentam de responsabilidades".
A esta frase ainda acrescentou: "Reinvenção com verdade, humildade, imaginação e consistência".
Mais do que "mera reconstrução material e espiritual", tem de haver "reinvenção pela redescoberta desse, ou talvez mesmo desses vários Portugais, esquecidos, porque distantes, dos que, habitualmente, decidem, pelo voto, os destinos de todos". Uma mensagem enviada de Cascais, onde mora, devido à convalescença da operação a que foi submetido e que obrigou Marcelo Rebelo de Sousa a mudar os planos iniciais que tinha para o fim-do-ano, que era o de o passar em Oliveira do Hospital e Vouzela, vitimados pelos incêndios de 2017.
De Cascais, e falando pela primeira vez em directo, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou as mensagens que tem ouvido nos últimos tempos. "Temos de converter as tragédias que vivemos em razão mobilizadora de mudança, para que não subsistam como recordação de irrecuperável fracasso", e "temos de afirmar nesta exigente frente de luta colectiva a mesma vontade de vencer que nos fez recusar a resignação de uma economia e de uma sociedade condenadas ao atraso e à estagnação".
Apelou a uma acção mobilizadora de união, porque, disse, "esta é a palavra de ordem que vem do Povo, deste Povo, do mais sofrido, do mais sacrificado, do mais abnegado".
Uma mensagem marcada pelo ano que passou. Falando de 2017, lembrou primeiro a partida de Mário Soares, para depois recordar o que empolgou o país durante o ano que passou: a visita do Papa, e o crescimento da economia, e o fim do défice excessivo, e presidência do Eurogrupo, o triunfo europeu da nossa música, os elevados galardões no turismo, o sucesso reiterado no digital ou os êxitos nas artes, na ciência ou no desporto.
"Tudo isto colocando fasquias mais altas no combate à pobreza, às desigualdades, ao acesso e funcionamento dos sistemas sociais e aconselhando prudência no futuro. Mas permitindo a Portugal apresentar como exemplo a determinação dos portugueses".
Mas o ano não acabou aí. "Se o ano tivesse terminado em 16 de Junho, ou tivesse sido por mais seis meses exactamente como até então, poderíamos falar de uma experiência singular, constituída quase apenas por vitórias".
Mas depois veio 17 de Junho, e depois o 15 e 16 de Outubro, com as tragédias dos incêndios, a que Marcelo Rebelo de Sousa ainda acrescentou a perplexidade em Tancos, o pesar no Funchal, o espectro da seca. Mas os incêndios foram a tragédia "tão brutalmente inesperada e devastadora em perdas humanas e comunitárias que acabariam por largamente pesar no balanço de 2017", pondo à prova "o melhor de nós – a resistência, o afecto, a iniciativa e a fraternidade militante, que levou mais longe ainda a nossa proverbial solidariedade". E é neste passado recente que importa, declarou ainda, recordar para se "apelar a que, no que falhou em 2017, se demonstre o mesmo empenho revelado no que nele conheceu êxito. Exigindo a coragem de reinventarmos o futuro".
Há um ano, na mensagem de início de ano de 2017, Marcelo Rebelo de Sousa também pedia que não se perdesse o que de bom tinha havido em 2016, mas se corrigisse o que falhou. "2017 tem de ser o ano da gestão a prazo, e da definição e execução de uma estratégia de crescimento económico sustentado", defendia.
(Notícia actualizada com mais informações)