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CDS mantém moção de censura e diz que o Governo “poderia acabar agora”

A moção de censura anunciada ontem pelo CDS deverá ser ultimada amanhã numa reunião do grupo parlamentar e apresentada ainda no mesmo dia.

Miguel Baltazar/Negócios
18 de Outubro de 2017 às 12:08
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O CDS vai manter a moção de censura ao Governo devido à tragédia provocada pelos incêndios, mesmo depois da demissão da ministra da Administração Interna, conhecida esta manhã.

De acordo com o deputado do CDS Telmo Correia "a moção de censura faz todo o sentido" visto que não é dirigida à agora ex-ministra Constança Urbano de Sousa, mas sim ao Governo e à sua liderança.  

A moção "não é dirigida à ex-ministra, é dirigida ao Governo e à liderança do Governo. Quando o fizemos ontem sabíamos que a demissão ia acontecer sempre", afirmou o deputado. "É um mecanismo para exigir responsabilidades a um Governo que falhou. Por outro lado, será neste hemiciclo a expressão da indignação que muitos portugueses sentem perante este falhanço óbvio do Estado", acrescentou.

Para o CDS, Constança Urbano de Sousa não pode ser o "bode expiatório" de um falhanço "tão grande e clamoroso do Governo", que não garantiu uma das suas "funções mais básicas, que é proteger as populações".

Em declarações aos jornalistas, Telmo Correia informou que o grupo parlamentar do CDS irá reunir-se amanhã de manhã para ultimar a moção, que deverá ser apresentada ainda no mesmo dia.

Questionado sobre a disponibilidade do CDS para construir consensos, após a nomeação do novo responsável pela pasta da Administração Interna, o deputado centrista garantiu que a posição do partido "não vai mudar". "O CDS não vai mudar a sua posição. Para nós, este Governo poderia acabar agora. Mas se esta moção não tiver vencimento iremos designadamente para o debate orçamental como um partido que quer fazer uma oposição construtiva, que tem propostas e iniciativas nestas e em todas as áreas", afirmou.

Sobre a demissão da ministra, Telmo Correia considerou que era "uma realidade inevitável e incontornável". No entanto, a responsabilidade não é apenas da ministra, tendo de ser assumida pelo Governo, como um colectivo, designadamente pelo primeiro-ministro António Costa.

"A responsabilidade é e tem de ser do primeiro-ministro. Não tomou as decisões que devia ter tomado, manteve em funções uma ministra que estava claramente fragilizada. A partir desse momento a responsabilidade é toda do primeiro-ministro. A saída da ministra não pode ser um bode expiatório para tudo o que correu mal, a responsabilidade é colectiva, é do Governo, que é liderado pelo primeiro-ministro", concluiu.

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