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Cavaco Silva faz comunicação ao País no domingo às 20h30
O Presidente da República faz este domingo, 21 de Julho, uma comunicação ao País. A intervenção de Cavaco Silva ocorre após as negociações entre PS, PSD e CDS terem falhado. A resolução da crise política voltou assim para Belém.
Doze dias após ter pedido aos três partidos do arco da governação que chegassem a um compromisso de salvação nacional, Cavaco Silva volta a falar ao País, noticiou a agência Lusa. As negociações pedidas pelo Chefe de Estado falharam e a resolução da crise política está, novamente, nas mãos de Cavaco Silva.
Este entendimento era, no entender do Presidente da República, a solução que melhor servia “o interesse nacional”.
As soluções avançadas por Cavaco Silva
O acordo não foi alcançado. Na declaração de 10 de Julho, o Presidente não foi muito claro quanto ao que poderia acontecer. Uma coisa é certa e, como tem acontecido desde a declaração de Cavaco Silva a 10 de Julho, o actual Governo encontra-se “na plenitude das suas funções”.
Não havendo um acordo de “salvação nacional”, “existirão sempre soluções para a actual crise política”. “Encontrar-se-ão naturalmente outras soluções no quadro do nosso sistema jurídico-constitucional”, disse o Chefe de Estado.
Uma das sugestões que chegou a ser avançada passa por um governo de iniciativa presidencial. Esta hipótese foi, porém, excluída pelo próprio Presidente durante a sua visita às Ilhas Selvagens. “[Está] totalmente excluída a hipótese de um Governo de iniciativa presidencial”, afirmou Cavaco Silva.
Seis dias e oito reuniões depois, partidos não chegam a acordo
As negociações interpartidárias pedidas por Cavaco Silva tiveram início no domingo, 14 de Julho. Os representantes dos três partidos estiveram reunidos oito vezes mas na sexta-feira, 19 de Julho, António José Seguro fez uma comunicação ao País onde revela que não houve entendimento entre as partes.
O secretário-geral do Partido Socialista afirmou que as negociações foram "inviabilizadas" pelo PSD e CDS. “Durante esta semana fizemos tudo o que devíamos. Estivemos a lutar por soluções realistas para os graves problemas dos portugueses, das empresas e das famílias”, garantiu António José Seguro, acrescentando que "mesmo assim, o PSD e o CDS inviabilizaram um compromisso de salvação nacional”.
Já este sábado, o PSD reagiu ao fim das negociações, garantido que está de consciência tranquila" e acusando o PS de ter feito propostas "irrealistas".
"Da nossa parte, estamos de consciência tranquila quanto ao empenho colocado no processo negocial", afirmou Jorge Moreira da Silva, vice-presidente do PSD e representante do partido nas negociações interpartidárias.
O responsável social-democrata garantiu que o PSD participou "neste processo negocial por convicção e não por conviniência". "Estávamos disponíveis para fazer concessões políticas ao PS mas isso pressupunha uma abordagem realista por parte dos socialistas", indicou Jorge Moreira da Silva.
O PS reagiu às declarações de Jorge Moreira da Silva, acusando os sociais-democratas de “desastre de análise política”, “falta de realismo” e de quererem “continuar tudo na mesma”.
“Estas negociações são umas negociações que se concluíram desta forma porque o governo quer continuar na mesma e continuar na mesma para nós é um desastre nacional”, afirmou Alberto Martins, o socialista que presidiu às negociações para um acordo de salvação nacional.
O CDS/PP convocou para este sábado à tarde uma reunião da Comissão Política Nacional e ainda não reagiu ao fim das negociações. No final do encontro, Pedro Mota Soares, representante centrista nas reuniões interpartidárias, fará uma comunicação ao País. A declaração está prevista para as 20h15.
(Notícia actualizada às 18h02)