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Cavaco Silva faz comunicação ao País no domingo às 20h30

O Presidente da República faz este domingo, 21 de Julho, uma comunicação ao País. A intervenção de Cavaco Silva ocorre após as negociações entre PS, PSD e CDS terem falhado. A resolução da crise política voltou assim para Belém.

27.º - Aníbal Cavaco Silva 
Volta a subir na lista, após intervenção política de fundo durante a crise no Governo durante o Verão.
Miguel Baltazar
20 de Julho de 2013 às 17:35
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Doze dias após ter pedido aos três partidos do arco da governação que chegassem a um compromisso de salvação nacional, Cavaco Silva volta a falar ao País, noticiou a agência Lusa. As negociações pedidas pelo Chefe de Estado falharam e a resolução da crise política está, novamente, nas mãos de Cavaco Silva.

 

Este entendimento era, no entender do Presidente da República, a solução que melhor servia “o interesse nacional”. 

 

As soluções avançadas por Cavaco Silva

 

O acordo não foi alcançado. Na declaração de 10 de Julho, o Presidente não foi muito claro quanto ao que poderia acontecer. Uma coisa é certa e, como tem acontecido desde a declaração de Cavaco Silva a 10 de Julho, o actual Governo encontra-se “na plenitude das suas funções”.

 

Não havendo um acordo de “salvação nacional”, “existirão sempre soluções para a actual crise política”. “Encontrar-se-ão naturalmente outras soluções no quadro do nosso sistema jurídico-constitucional”, disse o Chefe de Estado.

 

Uma das sugestões que chegou a ser avançada passa por um governo de iniciativa presidencial. Esta hipótese foi, porém, excluída pelo próprio Presidente durante a sua visita às Ilhas Selvagens. “[Está] totalmente excluída a hipótese de um Governo de iniciativa presidencial”, afirmou Cavaco Silva.

 

Seis dias e oito reuniões depois, partidos não chegam a acordo

 

As negociações interpartidárias pedidas por Cavaco Silva tiveram início no domingo, 14 de Julho. Os representantes dos três partidos estiveram reunidos oito vezes mas na sexta-feira, 19 de Julho, António José Seguro fez uma comunicação ao País onde revela que não houve entendimento entre as partes.

 

O secretário-geral do Partido Socialista afirmou que as negociações foram "inviabilizadas" pelo PSD e CDS. “Durante esta semana fizemos tudo o que devíamos. Estivemos a lutar por soluções realistas para os graves problemas dos portugueses, das empresas e das famílias”, garantiu António José Seguro, acrescentando que "mesmo assim, o PSD e o CDS inviabilizaram um compromisso de salvação nacional”.  

  

Já este sábado, o PSD reagiu ao fim das negociações, garantido que está de consciência tranquila" e acusando o PS de ter feito propostas "irrealistas".

 

"Da nossa parte, estamos de consciência tranquila quanto ao empenho colocado no processo negocial", afirmou Jorge Moreira da Silva, vice-presidente do PSD e representante do partido nas negociações interpartidárias.

 

O responsável social-democrata garantiu que o PSD participou "neste processo negocial por convicção e não por conviniência". "Estávamos disponíveis para fazer concessões políticas ao PS mas isso pressupunha uma abordagem realista por parte dos socialistas", indicou Jorge Moreira da Silva.

 

PS reagiu às declarações de Jorge Moreira da Silva, acusando os sociais-democratas de “desastre de análise política”, “falta de realismo” e de quererem “continuar tudo na mesma”.

 

“Estas negociações são umas negociações que se concluíram desta forma porque o governo quer continuar na mesma e continuar na mesma para nós é um desastre nacional”, afirmou Alberto Martins, o socialista que presidiu às negociações para um acordo de salvação nacional.

 

O CDS/PP convocou para este sábado à tarde uma reunião da Comissão Política Nacional e ainda não reagiu ao fim das negociações. No final do encontro, Pedro Mota Soares, representante centrista nas reuniões interpartidárias, fará uma comunicação ao País. A declaração está prevista para as 20h15.  

 

(Notícia actualizada às 18h02) 

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