Notícia
Catarina Martins corrige erro de ligar Relvas a Isabel dos Santos, mas mantém acusação
A coordenadora bloquista, Catarina Martins, admitiu hoje "o erro" de ligar Miguel Relvas a Isabel dos Santos, mas mantém a acusação já que o ex-ministro administrou a Finertec, "empresa dirigida por responsáveis da Fundação José Eduardo dos Santos".
24 de Janeiro de 2020 às 20:07
O ex-ministro Miguel Relvas tinha acusado hoje Catarina Martins de mentir ao associá-lo às empresas de Isabel dos Santos, dizendo nunca ter trabalhado com a empresária angolana, e exigiu um pedido de desculpas.
"Miguel Relvas foi administrador da Finertec, empresa dirigida por responsáveis da Fundação José Eduardo dos Santos e com acionista escondido 'offshore'. Não me custa corrigir o erro. A acusação é a mesma", escreveu a líder do BE na rede social Twitter cerca de uma hora depois da notícia da agência Lusa.
Na mesma publicação, Catarina Martins partilha ainda a ligação para uma investigação da revista Visão sobre a Finertec, uma "ex-empresa de Relvas suspeita na Operação Furacão".
Em causa estão as declarações da líder bloquista, hoje à tarde, à margem de uma audição sobre pessoas com deficiência, em Lisboa, quando afirmou que existiu um tratamento especial à empresária angolana Isabel dos Santos e que "não é de um governo", mas sim de todos os governos portugueses, incluindo os de António Costa, que se "envolveu pessoalmente" na questão dos bancos.
Catarina Martins referiu então que, ao longo dos anos, assistiu-se a responsáveis governativos a alternarem "entre pastas do Governo e trabalhar nas empresas de Isabel dos Santos", como Mira Amaral ou Miguel Relvas, ou "à proximidade imensa de Durão Barroso, que enquanto primeiro-ministro, foi a festas de casamento da família de José Eduardo dos Santos".
"A deputada Catarina Martins mentiu ao associar-me às empresas da engenheira Isabel dos Santos. Nunca trabalhei, direta ou indiretamente, com a engenheira Isabel dos Santos", afirma o antigo dirigente do PSD numa declaração escrita enviada à Lusa.
Nessa mesma declaração, o antigo ministro de Passos Coelho pedia que a dirigente bloquista se retratasse.
"Deve, pois, a deputada Catarina Martins retratar-se publicamente e pedir desculpa pela mentira que hoje veiculou publicamente em relação a mim", referia Miguel Relvas.
Miguel Relvas foi ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares do XIX Governo liderado por Pedro Passos Coelho entre 2011 e 2013, tendo-se depois afastado da política ativa e dedicado à vida empresarial.
O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) revelou no domingo mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de 'Luanda Leaks', que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.
Isabel dos Santos disse estar a ser vítima de um ataque político e sustentou que as alegações feitas contra si são "completamente infundadas", prometendo recorrer à justiça.
Na quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República angolana anunciou que Isabel dos Santos foi constituída arguida num processo em que é acusada de má gestão e desvio de fundos da companhia petrolífera estatal Sonangol e que visa também portugueses alegadamente facilitadores dos negócios da filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.
"Miguel Relvas foi administrador da Finertec, empresa dirigida por responsáveis da Fundação José Eduardo dos Santos e com acionista escondido 'offshore'. Não me custa corrigir o erro. A acusação é a mesma", escreveu a líder do BE na rede social Twitter cerca de uma hora depois da notícia da agência Lusa.
Em causa estão as declarações da líder bloquista, hoje à tarde, à margem de uma audição sobre pessoas com deficiência, em Lisboa, quando afirmou que existiu um tratamento especial à empresária angolana Isabel dos Santos e que "não é de um governo", mas sim de todos os governos portugueses, incluindo os de António Costa, que se "envolveu pessoalmente" na questão dos bancos.
Catarina Martins referiu então que, ao longo dos anos, assistiu-se a responsáveis governativos a alternarem "entre pastas do Governo e trabalhar nas empresas de Isabel dos Santos", como Mira Amaral ou Miguel Relvas, ou "à proximidade imensa de Durão Barroso, que enquanto primeiro-ministro, foi a festas de casamento da família de José Eduardo dos Santos".
"A deputada Catarina Martins mentiu ao associar-me às empresas da engenheira Isabel dos Santos. Nunca trabalhei, direta ou indiretamente, com a engenheira Isabel dos Santos", afirma o antigo dirigente do PSD numa declaração escrita enviada à Lusa.
Nessa mesma declaração, o antigo ministro de Passos Coelho pedia que a dirigente bloquista se retratasse.
"Deve, pois, a deputada Catarina Martins retratar-se publicamente e pedir desculpa pela mentira que hoje veiculou publicamente em relação a mim", referia Miguel Relvas.
Miguel Relvas foi ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares do XIX Governo liderado por Pedro Passos Coelho entre 2011 e 2013, tendo-se depois afastado da política ativa e dedicado à vida empresarial.
O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) revelou no domingo mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de 'Luanda Leaks', que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.
Isabel dos Santos disse estar a ser vítima de um ataque político e sustentou que as alegações feitas contra si são "completamente infundadas", prometendo recorrer à justiça.
Na quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República angolana anunciou que Isabel dos Santos foi constituída arguida num processo em que é acusada de má gestão e desvio de fundos da companhia petrolífera estatal Sonangol e que visa também portugueses alegadamente facilitadores dos negócios da filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.