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Carlos Moedas defende "reforma profunda" do sistema educativo e segurança social

O ex-comissário europeu Carlos Moedas defendeu hoje que Portugal deveria fazer uma "reforma profunda" quer no sistema educativo, de forma a virá-lo para a inovação, quer na segurança social.

Pedro Catarino/Correio da Manhã
14 de Setembro de 2020 às 20:38
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Num debate realizado em formato misto (presencial e online) pelo Instituto Sá Carneiro, associação de reflexão e formação política ligada ao PSD, Carlos Moedas foi o orador convidado e numa intervenção pré-gravada assumiu que a inovação - área que coordenou na Comissão Europeia - é a sua "paixão".

"O que é importante não é a inovação, mas o inovador. As políticas públicas que hoje mais do que nunca precisamos é ter uma reforma profunda do sistema educacional (...), é ter uma reforma profunda da nossa segurança social, que permita ajudar os que mais precisam e garantir as futuras reformas e pensões", afirmou.

Na sua breve intervenção, Moedas - que recentemente passou a integrar o novo órgão de aconselhamento do Conselho Estratégico Nacional do PSD - procurou explicar porque defende a aposta na "inovação disruptiva", a que "cria uma nova necessidade que não existia antes" e que, por isso, tem potencial de gerar emprego.

"Os políticos não podem criar emprego, o que cria é esta inovação disruptiva, temos de pensar quais as medidas de políticas públicas que podemos ter para a favorecer", defendeu, apontando que no centro tem de estar "a pessoa humana, uma característica que diz muito ao PSD".

O antigo secretário de Estado do ex-líder do PSD Passos Coelho apontou duas áreas - educação e saúde - que, devido à pandemia de covid-19, sofreram grandes transformações em poucos meses.

"Vimos uma transformação completa da educação que nunca tínhamos visto nos últimos 50 anos. A educação passou a estar entre o mundo físico e digital e algumas universidades já disseram que as grandes palestras não voltarão a ser presenciais", salientou, considerando que tal terá também consequências no papel do professor, que será sobretudo "de tutor, de ajudar a resolver problemas".

Para Carlos Moedas, será necessário fazer uma aposta nas qualificações que cruzem "o mundo físico e o mundo digital". "Os que conseguirem navegar melhor nestas duas realidades serão os melhores profissionais", defendeu.

No debate que se seguiu, já sem Carlos Moedas, com vários convidados do mundo empresarial, participou também a eurodeputada do PSD Lídia Pereira que, a uma pergunta colocada via redes sociais sobre a relação entre a carga fiscal e a inovação, defendeu que ao país tem de primeiro "definir com clareza os objetivos" que quer para a sua economia.

"Portugal tem de definir, de uma vez por todas, qual o rumo que quer empreender. A dependência do turismo durante esta pandemia tem-se tornado nefasta e só a economia do conhecimento pode dar uma alavanca para prosperarmos", apontou.

Este foi o primeiro debate de uma iniciativa intitulada 'Sá Carneiro Talks', integrada no programa do Instituto Sá Carneiro, que assinala o 40.º aniversário da morte do fundador do partido. A segunda edição está já marcada para 12 de outubro, tendo como convidado o antigo primeiro-ministro Durão Barroso, que desempenhou funções de presidente da Comissão Europeia entre 2004 e 2014.
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