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Carl Icahn é conselheiro de Trump na reforma da regulação federal
O multimilionário investidor Carl Icahn foi nomeado pelo presidente eleito norte-americano Donald Trump como conselheiro especial para o ajudar a rever as regulações federais, estando em vista a reversão das que não promovem o crescimento das empresas.
O célebre gestor e investidor Carl Icahn (na foto) foi nomeado por Donald Trump como seu conselheiro especial para o ajudar a reformar as regulações federais – e reverter mesmo algumas delas – de modo a que o crescimento empresarial seja promovido.
"A sua ajuda, no que diz respeito às regulações que asfixiam o nosso país, será inestimável", afirmou o próximo residente da Casa Branca num comunicado citado pela Bloomberg esta quarta-feira, 21 de Dezembro.
Icahn, conhecido também pela sua defesa acérrima da Herbalife – num braço-de-ferro com o CEO do fundo de cobertura de risco Pershing Square, Bill Ackman, que acusa a empresa de suplementos nutricionais de operar um esquema piramidal – revelou em Setembro do ano passado o seu apoio a Trump e chegou a ser falado como um dos possíveis nomes para secretário do Tesouro da Administração do republicano.
Os investidores estão convictos de que as políticas da Administração Trump irão incentivar o crescimento económico, o que tem animado em bolsa os sectores que são percepcionados como os maiores beneficiários desse cenário, sustentando fortemente os títulos industriais, farmacêuticos e bancários.
Os bancos e as farmacêuticas estão a beneficiar da expectativa de que o novo presidente norte-americano e o Congresso – controlado pelos republicanos – revertam alguns dos regulamentos mais pesados para estes sectores. No passado dia 21 de Novembro, Trump já veio dizer, quando apresentou o seu programa para os primeiros 100 dias na Casa Branca, que iria reduzir as regulações corporativas.
Icahn, com uma fortuna avaliada em 20 mil milhões de dólares, é o 20º homem mais rico dos Estados Unidos, segundo o Índice de Multimilionários da Bloomberg.
O investidor detém posições no capital social de muitas empresas, em sectores que vão da biotecnologia à energia, passando pelos metais, acessórios automóveis, casinos, telecomunicações, imobiliário e carruagens ferroviárias.
Essas participações poderão vir a constituir um problema, por uma questão de incompatibilidade com as suas novas funções. Com efeito, Eric Walker, porta-voz do Comité Nacional Democrata, já reagiu a esta nomeação, criticando o conflito de interesses que se gera por Icahn ter a seu cargo a responsabilidade de supervisionar as reformas regulatórias, ao mesmo tempo que detém - e, nalguns casos, controla - empresas que poderão vir a beneficiar das mudanças que ele vier a fazer.
Trump, por seu lado, já vendeu todas as suas participações accionistas. Com efeito, no passado dia 7 de Dezembro, um porta-voz do republicano, Jason Miller, afirmou que em Junho deste ano Donald Trump se desfez de todas as posições accionistas que detinha.
Assim, depois de a 2 de Agosto Trump ter dito numa entrevista à Fox Business que já não detinha quaisquer acções de empresas, Miller confirmou este mês, citado pela Bloomberg, que o magnata do imobiliário tinha vendido tudo em Junho.
Trump desfez-se das participações que detinha no capital de cerca de 100 empresas, como a Apple, Microsoft, Exxon Mobil, Ford Motor, Citigroup, Pepsi, General Electric e Boeing – e cujo valor ascendia a 38 milhões de dólares – referiram a Bloomberg e a CNN.
(notícia actualizada às 00:11 de quinta-feira, 22 de Dezembro)