Notícia
BNP Paribas antecipa novas tensões na coligação no próximo orçamento
O banco francês BNP Paribas considera que a manutenção da coligação governamental representa apenas uma pausa na instabilidade política em Portugal, antecipando novas tensões no Governo por altura do Orçamento do Estado e da próxima revisão da 'troika'.
Numa nota enviada hoje aos clientes, a que a Lusa teve acesso, o banco francês sublinha que a decisão do Presidente da República, comunicada este domingo ao país pelo próprio, afasta eleições antecipadas para já, mas não afasta a possibilidade de estas virem a acontecer em breve.
"Será provavelmente apenas uma pausa na instabilidade política do país, devido ao ajustamento orçamental exigente que ainda tem pela frente -- têm de ser feitos cortes de quatro mil milhões de euros este ano e mais 700 milhões de euros em 2015 -- e os grandes desacordos que persistem dentro da coligação", afirma o economista português Ricardo Santos.
O banco considera que as tensões devem ressurgir dentro da coligação uma vez que Maria Luís Albuquerque continuará como ministra das Finanças e esta foi a razão do pedido de demissão de Paulo Portas. O economista cita mesmo as diferenças no discurso de Paulo Portas e de Pedro Passos Coelho no debate da moção de censura apresentada pelos Verdes.
Assim, para o BNP Paribas será fundamental a próxima revisão do programa que deverá acontecer no final de agosto e ainda mais importante o próximo Orçamento do Estado para 2014.
"Se as tensões políticas ressurgirem, o cenário mais provável é a realização de eleições antecipadas", antecipa o economista português.
Para além disto, o banco considera que a aura de estabilidade que Portugal gozava nos mercados antes desta crise desapareceu, pelo menos, parcialmente e isso pode levar a que o impacto de futuras crises seja amplificado.