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Aprovado relatório da audição de Mário Centeno para governador do Banco de Portugal
O relatório, votado hoje na Comissão de Economia e Finanças, teve os votos contra do CDS-PP, Bloco de Esquerda, Iniciativa Liberal, PAN e do deputado do PSD Álvaro Almeida.
15 de Julho de 2020 às 16:47
O relatório da audição de Mário Centeno no âmbito da proposta de designação para governador do Banco de Portugal foi hoje aprovado pelos deputados com voto favorável do PS e a abstenção do PSD e do PCP.
O relatório, votado hoje na Comissão de Economia e Finanças, teve os votos contra do CDS-PP, Bloco de Esquerda, Iniciativa Liberal, PAN e do deputado do PSD Álvaro Almeida.
Duarte Alves, do PCP, anunciou que vai entregar uma declaração de voto "para que não se confunda" a posição do partido face ao relatório com a proposta de nomeação de Mário Centeno para o supervisor do sistema financeiro.
Antes, o deputado do PCP tinha referido que a nomeação de Mário Centeno para o BdP não assegura a rutura com a prática dos que o antecederam no cargo nem garante que vai assegurar os interesses nacionais.
Já Duarte Pacheco, precisou que "na opinião do PSD o relatório é fiel ao que ocorreu na audição e caberá ao Governo retirar as ilações" tendo sugerido que fosse acrescentado um segundo parágrafo nas conclusões em que apenas o grupo parlamentar do PS considera que Mário Centeno tem condições para ser nomeado governador do Banco de Portugal.
Duarte Pacheco lembrou que o seu partido se manifestou sempre contra a nomeação de Mário Centeno, precisando que o que estava a ser votado era o relatório e não a indigitação do sucessor de Carlos Costa.
André Silva, do PAN, que também votou contra, considerou que Mário Centeno "não tem condições éticas e políticas" para ser governador do Banco de Portugal e acentuou que a maior parte dos partidos se mostrou contra esta nomeação.
O porta-voz do PAN lamentou ainda que o parlamento se tenha escusado a ter um papel "mais ativo".
Já Cecília Meireles, do CDS-PP, manifestou-se contra o facto de esta nomeação ocorrer antes de terminado o processo legislativo para alterar o método de indigitação do governador do Banco de Portugal.
João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, por seu lado, justificou o voto contra com questões formais, como o atraso na entrega dos documentos, e em questões de ordem política como o "conflito de interesses", tendo em conta as decisões tomadas por Mário Centeno enquanto ministro das Finanças.