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Anúncio do aumento dos escalões do IRS é propaganda e populismo, diz Passos
O presidente do PSD considerou hoje que o anúncio do aumento dos escalões do IRS feito pelo primeiro-ministro é uma forma de "fazer demagogia, propaganda e populismo", considerando ainda que é uma "caça ao voto" antes das eleições autárquicas.
O primeiro-ministro anunciou, no sábado, durante a rentrée política do PS, em Faro, que o Orçamento do Estado para 2018 continuará a aumentar o rendimento das famílias e, por isso, serão introduzidos mais escalões no IRS, "para que quem ganhe menos, pague menos".
Pedro Passos Coelho reagiu hoje, em Ribeira de Pena, ao discurso de António Costa e considerou que esta é "uma maneira de governar interesseira" e que é "fazer demagogia, propaganda e populismo".
"O nível de escalões que hoje existe, o nível de progressividade que existe, no IRS é adequado. Se o Governo entende que há condições para aliviar a carga fiscal que o faça sobre os escalões que existem", afirmou o líder do PSD.
Passos Coelho referiu que o aumento dos escalões, "este ano um e para o ano outro", não configura uma medida "estrutural para o futuro".
"Do meu ponto de vista, a forma como está a ser gerida a questão dos escalões é apenas para manter equilíbrios de sobrevivência política do próprio Governo que depende do Bloco de Esquerda e do PCP, que querem (...), de preferência, que voltemos aos nove escalões que existiam, se não mais. E o Governo acha que é assim que se faz política", sublinhou.
Para o presidente do PSD "isto não é uma maneira séria de tratar do assunto", tal como a questão as pensões.
É que, questionou, se "o Governo achava que havia dinheiro para aumentar as pensões, por que não as aumentou em Janeiro, por que é que aumenta as pensões em agosto, nas vésperas das eleições".
"Se fosse eu primeiro-ministro e fizesse isto, caía-me tudo em cima a dizer este tipo não é sério, está a aproveitar o aumento das pensões, de pessoas que ganham pouco, para ver se ganha votos. É o que o Governo está a fazer", frisou.
Passos Coelho entende que "a leitura das eleições autárquicas entra pelos olhos dentro" e considerou mesmo que se trata de uma "caça ao voto".
"Todas as coisas que possam dar daqui até às eleições autárquicas a propósito de orçamento, isso vai ser falado, tudo o que for menos positivo fica para depois das eleições autárquicas, para quando se apresentar o orçamento", sublinhou.