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António Costa afasta acordo com o PSD para redução de deputados
O PS não vai alinhar com o maior partido da oposição na revisão das leis eleitorais. A prioridade do Governo é aprofundar reformas mas que passem pela descentralização e pela criação de emprego.
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O secretário-geral do PS afastou esta quinta-feira, 5 de Maio, um acordo com o PSD sobre reforma do sistema eleitoral, invocando o acordo político assumido com o Bloco de Esquerda e PCP e contrapondo que a prioridade é a descentralização.
António Costa falava aos jornalistas na sede nacional do PS, em Lisboa, após ter formalmente entregado a sua moção de estratégia ao congresso do seu partido, que se realiza entre 03 e 05 de Junho na Feira Internacional de Lisboa.
Confrontado com a proposta do PSD para a redução do número de deputados e introdução do voto preferencial em eleições legislativas, o líder socialista disse que nesta legislatura "não há manifestamente condições para fazer qualquer alteração das leis eleitorais".
"Aliás, isso faz parte dos acordos que estabelecemos com os demais partidos políticos [Bloco de Esquerda, PCP e "Os Verdes"]", alegou ainda.
"Leio [esse documento] com uma perspectiva duplamente positiva: Primeiro, há uma inequívoca vontade, tal como nós temos, de manter esta maioria ao longo da legislatura; em segundo lugar, prosseguir aquilo que são as linhas fundamentais da base programática constantes nos acordos assumidos com o Bloco de Esquerda, PCP e "Os Verdes", sustentou o secretário-geral dos socialistas.
Costa destacou depois que essa base programática se liga directamente a um conjunto de políticas de reposição dos rendimentos das famílias, o combate ao empobrecimento e relançamento da economia "como marca distintiva de um modelo desenvolvimento".
Moção com quatro pontos
Segundo o primeiro-ministro, que falava enquanto secretário-geral dos socialistas, o Governo quer apostar em reformas, mas não da lei eleitoral. As reformas pretendidas passam pela criação de emprego e pelo "grande aprofundamento da descentralização" e da transferência de poder para as autarquias.
Sobre a moção de estratégia que ele próprio vai apresentar ao partido, António Costa afirmou, em declarações transmitidas pela RTP 3, que há quatro "eixos fundamentais". O primeiro é "dar execução ao programa do Governo e ao programa nacional de reformas, de modo a fazer "cumprir a alternativa" proposta; o segundo é o "relançamento do projecto europeu, essencial para que a Europa volte a unir os europeus"; o terceiro passa pelo referido "aprofundamento das autonomias e descentralização"; o quarto ponto é a "abertura do PS e a sua democratização e rejuvenescimento".
(notícia actualizada às 16:00 com mais informação sobre indisponibilidade de António Costa para acordo com PSD para redução de deputados no Parlamento)