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António Costa: "Que PSD é este que perdeu o sentido de Estado?"

O secretário-geral do PS teceu esta noite duras críticas ao PSD, questionando que partido é este que "perdeu o sentido de Estado" e afirmando que este "não é o PSD que os portugueses e as portuguesas conheceram".

Miguel Baltazar/Negócios
26 de Setembro de 2017 às 00:14
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"Todos nos habituámos a respeitar o PSD como um partido fundador da vida democrática", declarou António Costa, num jantar-comício em Loures, sublinhando que, actualmente, os social-democratas, perdidos "no discurso do diabo", não "resistiram à tentação de ensaiar uma nova estratégia e fazer de Loures um balão de ensaio" para uma táctica "populista que aposte no medo e insegurança para atrair votos".

 

E perguntou: "Como é que o PSD da democracia portuguesa apoia um candidato que defende a prisão perpétua? Que diz que não se choca com a pena de morte? E que não hesita em explorar os preconceitos raciais na tentativa de ganhar votos à custa da discriminação?".

 

António Costa, líder do PS e também primeiro-ministro, criticou ainda a "indignidade" do PSD em "explorar dramas" como o sucedido este verão no incêndio de Pedrógão Grande, acrescentando que os sociais-democratas perderam o sentido de Estado e permitem-se agora "fazer uma campanha eleitoral no ataque a instituições fundamentais" do Estado.

 

"Que PSD é este que põe em causa as Forças Armadas, ao exigir que o Governo intervenha num processo que está no ministério público, como se não houvesse em Portugal separação de poderes?", questionou António Costa, referindo-se ao furto de armas em Tancos e falando perante cerca de mil militantes e simpatizantes do PS.

 

Sobre Tancos, o líder dos socialistas frisou que "o próprio diretor do Expresso" disse que "afinal não há qualquer relatório oficial dos serviços de informação a acusarem quem quer que seja", procurando Costa saber se o PSD "vai continuar a exigir ao Governo que apresente na Assembleia da República um relatório que desconhece", que foi "fabricado" e que "pelos vistos só o PSD sabia que existia".

 

"Factos são factos", prosseguiu o líder do PS e também chefe do Governo, elencando dados como o crescimento económico, o "défice mais baixo da história da democracia" e a criação de mais 200 mil novos postos de trabalho, "a maioria deles contratos definitivos e não a prazo, ou seja, trabalho de qualidade".

 

"A oposição, ao perder o diabo, ficou perdida. E agora que entramos na recta final desta campanha eleitoral é muito evidente o estado em que se encontra este PSD", frisou António Costa, apelando a que o partido faça "campanha com as suas ideias, os seus candidatos".

 

O 'número um' do PS advogou existirem "excelentes autarcas do PSD", sendo "injusto" para estes verificar o rumo que o partido e o seu líder, Pedro Passos Coelho, têm seguido.

 

Na sua intervenção, de pouco mais de 15 minutos, António Costa reiterou uma das suas mensagens mais recorrentes nesta campanha eleitoral, a de que é necessário "dar força ao PS" nas eleições de domingo para dar continuidade ao novo ciclo político iniciado no país há dois anos, desde que está no poder o executivo socialista apoiado parlamentarmente à esquerda.

 

Concorrem à presidência da Câmara de Loures, onde os socialistas organizaram esta noite um jantar-comício, o actual presidente, Bernardino Soares (CDU), Sónia Paixão (PS), André Ventura (PSD/PPM), Fabian Figueiredo (BE), Pedro Pestana Bastos (CDS-PP), Ana Sofia Silva (PAN), Mário Pontes (PDR/JPP), Nélson Batista (Nós, Cidadãos!), Bruno Gomes (PTP) e João Resa (PCTP-MRPP).

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