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Yellen admite que próxima decisão da Fed pode ser uma descida dos juros
A antiga presidente da Fed considera que, se o abrandamento global começar a contagiar a economia dos Estados Unidos, o banco central poderá reduzir os juros e pôr um travão no processo de normalização monetária.
Janet Yellen, antiga presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, admitiu que o próximo movimento do banco central poderá ser uma descida dos juros, se o abrandamento global contagiar a economia norte-americana.
"Claro que é possível. Se o crescimento global enfraquecer realmente, e isso contagiar os Estados Unidos, é claramente possível que o próximo movimento seja um corte", afirmou a antiga líder da Fed, em entrevista à CNBC.
Yellen considera que os maiores riscos vêm da China e da Europa, que têm dado sinais de desaceleração. "Os dados da China têm sido fracos, nos últimos tempos, e os da Europa têm sido mais fracos do que era esperado", concretizou a responsável, ainda antes de a Comissão Europeia ter divulgado a atualização das suas estimativas para a economia da região, que apontam agora para um crescimento de apenas 1,3% da Zona Euro em 2019.
A possibilidade de um eventual corte nos juros ficou no ar, depois da última reunião de política monetária da Fed, na semana passada, com o banco central a deixar a taxa diretora inalterada entre 2,25% e 2,5%, mas a mudar substancialmente a linguagem do seu discurso. Não só não disse quantas vezes prevê mexer nos juros este ano, como também abriu a porta a que a próxima mexida possa ser para cima ou para baixo.
Olhando para a economia dos Estados Unidos agora, porém, Yellen reconhece uma evolução positiva, apesar das ameaças vindas do exterior.
"Até agora, os dados económicos para os Estados Unidos são sólidos e fortes. Temos a menor taxa de desemprego em cerca de 50 anos, a continuação do sólido desempenho do mercado de trabalho, e a inflação baixa", elencou.
Desde que a Fed começou a subir os juros, em dezembro de 2015, já foram anunciados sete aumentos que colocaram a taxa diretora no intervalo atual entre 2,25% e 2,5%. Em dezembro, os responsáveis da Fed haviam indicado mais duas subidas em 2019, mas desde então recuaram, sublinhando que é preciso ser "paciente".