Notícia
Staff do BCE vê inflação acima de 3% em 2022. Corta projeção de crescimento
Os peritos do Banco Central Europeu reviram em forte alta a projeção de inflação na zona euro em 2022, antecipando agora uma subida de 3,2% do índice de preços. Em contrapartida, o PIB vai crescer mais devagar.
16 de Dezembro de 2021 às 14:02
O departamento de análise macroeconómica do Banco Central Europeu (BCE) reviu em forte alta a projeção de inflação para 2022, antecipando agora uma subida de 3,2% do índice de preços. Em contrapartida, a economia deverá crescer mais devagar do que o esperado no próximo ano, por causa do reavivar da pandemia e dos constrangimentos nas cadeias de fornecimento. As novas projeções foram reveladas esta quinta-feira, 16 de dezembro, pela presidente Christine Lagarde.
"A inflação registou uma subida acentuada", frisou Christine Lagarde, relembrando a estimativa provisória de 4,9% para o mês de novembro. "A inflação vai manter-se acima de 2% durante a maior parte de 2022", reconheceu, assegurando contudo que a expectativa é que vá diminuindo "ao longo do próximo ano".
O staff do BCE reviu as projeções de inflação para 2,6% este ano, 3,2% em 2022 e 1,8% tanto em 2023 como em 2024. Estas projeções são "significativamente mais elevadas" do que as de setembro, assinalou a presidente do BCE.
Em grande medida, esta revisão em alta está justificada pelo aumento dos preços da energia, mas também se verifica na inflação subjacente, cujas projeções foram também revistas em alta. Sem contar com a energia, a projeção aponta para uma subida de 1,4% este ano, 1,9% em 2022, 1,7% em 2023 e 1,8% em 2024, adiantou ainda Lagarde.
Economia atrasa crescimento
Ao mesmo tempo que as projeções de inflação foram revistas em alta, as projeções de crescimento para a economia da zona euro foram cortadas em 2022. No próximo ano, o PIB da zona euro deverá crescer 4,2%, abaixo dos 5,1% que o staff do BCE espera para este ano e também da projeção que se fazia em setembro.
Em 2023, o ritmo de subida previsto para o PIB é de 2,9% (mais forte do que o esperado em setembro), continuando porém o movimento de abrandamento até atingir 1,6% em 2024.
Lagarde frisou que "a política monetária e a política orçamental" deverão continuar a apoiar o crescimento da economia no próximo ano, mas notou que a atividade económica moderou no final deste ano, um arrefecimento que se deverá estender pelo início de 2022.
A justificar a perda de ritmo da recuperação está a necessidade de vários países adotarem novas medidas de confinamento para responder às novas variantes da covid-19, como a Ómicron, restringindo e atrasando a retoma dos setores mais dependentes do contacto humano, nomeadamente o das viagens e turismo.
"Há a incerteza não só da Ómicron, mas também da quinta vaga, que está a afetar alguns países mais do que outros", reforçou a presidente Lagarde, admitindo que os desenvolvimentos e o impacto desta variante "ainda têm de ser avaliados."
São estes dois desenvolvimentos em simultâneo – escalada da inflação e abrandamento da retoma – que justificam as decisões de política monetária adotadas na reunião desta quinta-feira, nomeadamente o fim do programa de compra de ativos especificamente criado para responder à emergência pandémica (PEPP) em abril. Esta decisão dá o pontapé de partida para a retirada progressiva dos estímulos.
"Por um lado, temos uma forte retoma. Por outro, temos incerteza também em relação a dois elementos que têm alimentado as projeções de inflação: que são os preços da energia e os constrangimentos na oferta", explicou Lagarde. "Face a tudo isso, estamos a tomar decisões em linha com o que inicialmente pretendemos que é reduzir gradualmente as compras", assumiu.
(Notícia em atualização)
"A inflação registou uma subida acentuada", frisou Christine Lagarde, relembrando a estimativa provisória de 4,9% para o mês de novembro. "A inflação vai manter-se acima de 2% durante a maior parte de 2022", reconheceu, assegurando contudo que a expectativa é que vá diminuindo "ao longo do próximo ano".
Em grande medida, esta revisão em alta está justificada pelo aumento dos preços da energia, mas também se verifica na inflação subjacente, cujas projeções foram também revistas em alta. Sem contar com a energia, a projeção aponta para uma subida de 1,4% este ano, 1,9% em 2022, 1,7% em 2023 e 1,8% em 2024, adiantou ainda Lagarde.
Economia atrasa crescimento
Ao mesmo tempo que as projeções de inflação foram revistas em alta, as projeções de crescimento para a economia da zona euro foram cortadas em 2022. No próximo ano, o PIB da zona euro deverá crescer 4,2%, abaixo dos 5,1% que o staff do BCE espera para este ano e também da projeção que se fazia em setembro.
Em 2023, o ritmo de subida previsto para o PIB é de 2,9% (mais forte do que o esperado em setembro), continuando porém o movimento de abrandamento até atingir 1,6% em 2024.
Lagarde frisou que "a política monetária e a política orçamental" deverão continuar a apoiar o crescimento da economia no próximo ano, mas notou que a atividade económica moderou no final deste ano, um arrefecimento que se deverá estender pelo início de 2022.
A justificar a perda de ritmo da recuperação está a necessidade de vários países adotarem novas medidas de confinamento para responder às novas variantes da covid-19, como a Ómicron, restringindo e atrasando a retoma dos setores mais dependentes do contacto humano, nomeadamente o das viagens e turismo.
"Há a incerteza não só da Ómicron, mas também da quinta vaga, que está a afetar alguns países mais do que outros", reforçou a presidente Lagarde, admitindo que os desenvolvimentos e o impacto desta variante "ainda têm de ser avaliados."
São estes dois desenvolvimentos em simultâneo – escalada da inflação e abrandamento da retoma – que justificam as decisões de política monetária adotadas na reunião desta quinta-feira, nomeadamente o fim do programa de compra de ativos especificamente criado para responder à emergência pandémica (PEPP) em abril. Esta decisão dá o pontapé de partida para a retirada progressiva dos estímulos.
"Por um lado, temos uma forte retoma. Por outro, temos incerteza também em relação a dois elementos que têm alimentado as projeções de inflação: que são os preços da energia e os constrangimentos na oferta", explicou Lagarde. "Face a tudo isso, estamos a tomar decisões em linha com o que inicialmente pretendemos que é reduzir gradualmente as compras", assumiu.
(Notícia em atualização)