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Reserva Federal dos EUA inicia redução do balanço e deixa juros inalterados

A autoridade monetária liderada por Janet Yellen vai começar a reduzir o reinvestimento de activos a partir de Outubro.

Bloomberg
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A Reserva Federal dos EUA manteve a taxa dos fundos federais inalterada mas anunciou que começará no próximo mês a reduzir o ritmo do reinvestimento de activos que foram adquiridos nos antigos programas de compras.

A redução do balanço - avaliado em 4,5 biliões de dólares - começará em Outubro, segundo o comunicado das decisões de política monetária tomadas na reunião que terminou esta quarta-feira.

A Fed pretende começar a introduzir nesse mês um limite ao montante a reinvestir (de 6.000 milhões de dólares por mês em títulos do Tesouro e de 4.000 milhões de dólares por mês em títulos hipotecários). Esses limites irão sendo aumentados trimestralmente até um máximo de 30.000 milhões de dólares em obrigações do tesouro americanas e de 20.000 milhões de dólares em títulos hipotecários. Esse limite máximo deverá ser atingido a partir de Outubro do ano que vem.



Fed sinaliza nova subida de juros este ano

Já a taxa dos fundos federais ficou inalterada, no intervalo de entre 1% e 1,25%, mas com a Fed a não fechar a porta a uma nova subida ainda este ano. "O comité espera que as condições económicas evoluam de forma a garantir aumentos graduais da taxa de juro federal," refere a nota emitida esta quarta-feira, 20 de Setembro.

Nas projecções actualizadas nesta reunião, a maioria dos membros do FOMC continua a antecipar mais uma subida da taxa de juros este ano e três aumentos em 2018. Esse cenário é genericamente semelhante ao das projecções do passado mês de Junho. Dos 16 participantes do comité, 11 prevêem que os juros ainda subam este ano. Mas mantêm-se os quatro participantes a prever que não haverá mais subidas de juros em 2017

 

Os dados vindos do mercado nos últimos meses mostram um desalinhamento entre esta indicação da Fed, com os futuros de taxas de juro a incorporarem um ritmo mais lento na subida de taxas de juro. Isto devido a declarações contraditórias vindas dos responsáveis do banco central e à não recuperação dos salários, o que pressiona a recuperação da inflação.



Furacões não devem travar economia


Apesar de reconhecer o impacto negativo dos fenómenos meteorológicos extremos das últimas semanas na economia norte-americana - nomeadamente os furacões Harvey, Irma e Maria -, a Fed defende que experiências anteriores  sugerem que acontecimentos desta natureza têm uma baixa probabilidade de alterar o curso da economia no médio prazo. Desta forma, a reserva continua a prever que a economia vai continuar a crescer a ritmo moderado e que as condições do mercado laboral continuarão a reforçar-se.

No comunicado, a Reserva Federal destaca o reforço do mercado de trabalho nos últimos meses nos EUA bem como a subida moderada da actividade económica no que vai do ano 2017, destacando a subida nos níveis de emprego e a baixa taxa de desemprego. No entanto, reconhece que a inflação continua a apresentar sinais de fraqueza, mantendo-se abaixo dos 2% mas sem ainda assim ameaçar o alcance, no médio prazo, de um nível próximo dos 2%, conforme estabelece o mandato da Reserva para a estabilidade de preços.

Em reacção à decisão de iniciar a redução do balanço, os principais índices accionistas em Nova Iorque aprofundaram as quedas  (o Dow Jones cede 0,1%, o S&P 500 recua 0,27% e o tecnológico Nasdaq lidera as perdas ao cair 0,59%). Já o dólar avança 0,773% face à moeda única, com cada euro a valer 1,1904 euros.

(Notícia actualizada às 19:45)

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