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Pressão dos "falcões" do BCE para o fim do programa de compra de activos estará a aumentar
Com a economia da área da moeda única expandir-se, a pressão dos "falcões" do Banco Central Europeu estará a aumentar para que a autoridade monetária declare um fim definitivo do programa de compra de activos.
O debate sobre o plano de estímulos do Banco Central Europeu está a centrar as atenções neste arranque de ano, com vários responsáveis a alertarem para os riscos de manter uma política monetária muito relaxada por muito tempo, de acordo com a Bloomberg.
A economia da Zona Euro está a crescer a um ritmo sólido, depois de três anos de taxas de juro negativas, e os chamados falcões como o presidente do banco central da Alemanha, Jens Weidmann, têm intensificado a pressão para que seja colocado um ponto final no programa de compra de activos, segundo avança a agência.
No ano passado, o Banco Central Europeu, no âmbito do seu programa de estímulos monetários, comprava até 60 mil milhões de euros de obrigações. Contudo, a autoridade monetária liderada por Mario Draghi determinou, ainda no ano passado, que o programa de estímulo ia ser revisto, passado a autoridade monetária a continuar a comprar mensalmente obrigações mas até um máximo de 30 mil milhões de euros a partir de 1 de Janeiro. Uma medida que vai prolongar-se, pelo menos, até Setembro de 2018.
Jens Weidmann não estará totalmente sozinho nesta luta. Mesmo Benoit Coeure, membro do comité executivo do BCE, e um dos principais defensores do "quantitative easing" para a região da moeda única, assume que há uma "possibilidade razoável" de o último alargamento do programa de compra de activos – ou seja até Setembro – seja, de facto, o último.
A questão em cima da mesa é, contudo, perceber o que é que Mario Draghi, e outros membros que partilham de uma visão mais calma, vão fazer.
O mercado vai tentar perceber um pouco melhor que o pensa o líder da autoridade monetária do euro quando, a 14 de Janeiro, forem publicadas as actas do encontro dos governadores do BCE em Dezembro.
Oliver Rakau, economista na Oxford Economics, em Frankfurt, citado pela Bloomberg, considera que "se continuarmos a ouvir apenas os falcões pode haver a percepção de que a disposição está a mudar na direcção deles, mais do que verdadeiramente estará".
"Os números mostram claramente uma recuperação mais sustentada agora, mas não esperaria uma mudança súbita da política do BCE", acrescentou o economista.