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Oficial: Jerome Powell é o novo presidente da Fed

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o nome de Jerome Powell como o novo presidente do banco central do país a partir de Fevereiro de 2018.

Carla Pedro cpedro@negocios.pt 02 de Novembro de 2017 às 19:08

Jerome Hayden "Jay" Powell foi anunciado esta quinta-feira como o 16.º presidente da Reserva Federal norte-americana. Tal como já se esperava, Donald Trump apontou o nome do republicano de 64, que está na Fed desde 25 de Maio de 2012, como o sucessor de Janet Yellen.

 

Nos últimos tempos, vários tinham sido os nomes avançados, mas Powell estava a ser mais unanimemente apontado desde o início da semana era o de Jay Powell, como é conhecido.

Trump agradeceu a Janet Yellen, que disse ser uma "pessoa espectacular", e considerou que "Jay conseguirá conduzir a economia por meio de quaisquer desafios", dizendo ainda esperar que o Senado o confirme.

 

Powell, por seu turno, afirmou estar honrado por servir o seu país e atestou que, se for confirmado pelo Senado, tudo fará para manter a estabilidade de preços e máximo de emprego.

Janet Yellen emitiu entretanto um comunicado, dando os parabéns a Jay Powell e dizendo estar "confiante no seu profundo empenho para levar a cabo a vital missão pública da Reserva Federal". Afirmou ainda que se compromete a trabalhar com o seu sucessor de modo a garantir uma transição suave. A ainda presidente da Fed não disse se permanecerá no banco central quando terminar o mandato como líder, a 1 de Fevereiro – Yellen tem assento na administração da Reserva Federal até 2024.

Para se efectivar como presidente da Fed, Powell terá agora de ser confirmado pelo Senado. As suas ideias moderadas, especialmente no que diz respeito à regulação, poderão suscitar alguma oposição por parte de alguns conservadores no Senado – 21 dos quais votaram contra a sua confirmação como membro do Conselho de Governadores da Fed em 2014, sublinhou na segunda-feira o New York Times.

 

Se Powell confirmado pelo Senado, será o primeiro presidente da Fed, em quase quatro décadas (desde 1981), que não é licenciado em Economia [mas sim em Direito], conforme salienta a Fortune. E será a primeira vez em quatro décadas que um presidente da Fed não cumpre um segundo mandato.

 

Entre outros potenciais nomes para assumir o leme da Fed contava-se a própria Yellen, bem como Kevin Warsh [antigo membro da Reserva Federal], John Taylor, economista da Universidade de Stanford, John Allison, ex-CEO da BB&T, e Glenn Hubbard, economista da Universidade de Columbia. Além disso, Trump também chegou a referir que tinha equacionado o nome de Gary Cohn, director do Conselho Económico Nacional da Casa Branca.

Quem é Powell? Um mocho sábio entre pombas e falcões

Jerome Powell, confirmado esta quinta-feira, 2 de Novembro, como o novo presidente da Reserva Federal norte-americana a partir de Fevereiro de 2018, está na Fed desde 25 de Maio de 2012, sendo conhecido por defender políticas monetárias mais suaves – pelo que o seu nome é bem visto em Wall Street, já que se espera uma continuidade da linha de Yellen, que tem agradado aos mercados.

 

Powell foi banqueiro de investimento e actualmente era membro do Conselho de Governadores da Fed, o órgão de administração do Sistema da Reserva Federal, tendo sido nomeado durante a presidência de Barack Obama.

 

O agora nomeado como novo presidente da Fed tem sido considerado como moderado em termos de política monetária e económica. E não se mostra tão preocupado como Yellen com o facto de a inflação nos EUA estar ainda longe da meta dos 2%, mas advoga que esse facto é motivo para manter as taxas de juro baixas e optar, como tem sido feito, por uma subida progressiva.

 

Na gíria da política monetária, imperam as pombas (que querem manter as taxas de juro em níveis baixos e promover o crescimento do emprego) e os falcões (são a favor de juros mais altos para controlar a inflação).

 

Janet Yellen é tida como pertencendo ao primeiro grupo por ser apologista de medidas de estímulo à economia [mesmo que isso faça subir a inflação acima do que se desejaria - o que, de qualquer das formas, não aconteceu, pois a inflação está ainda longe da meta proposta pela Fed].

 

Já Jay Powell, como é conhecido, é tido como tendo uma postura mais "hawkish", sobretudo por não defender um endurecimento monetário em nome da estabilidade financeira. No entanto, também advoga ideias que pendem mais para o lado "dovish", sendo por isso considerado um homem que está quase no meio termo. Powell apoia, por exemplo, a recente ortodoxia da Fed, nomeadamente, como já referido, a subida gradual dos juros directores.

 

Richard Fisher, ex-presidente da Fed de Dallasm considera, pois, que Powell não é "nem falcão bem pomba". "Costumava dizer que todos queremos ser mochos sábios. E penso que Powell se encaixa muito bem nessa categoria", sublinhou em declarações ao New York Times.

 

Ainda segundo Fisher, Powell é um moderado por defeito. "Durante um jantar, tentei que ele bebesse mais de dois copos de vinho, mas não o fez", recordou.

 

Já o The Wall Street Journal diz que há dois tipos de presidentes da Fed, os que têm personalidades dominadoras e os que constroem consensos, sendo que Powell se encaixa nesta última.

 

Powell foi também vice-secretário do Tesouro, sob a presidência de George W. Bush, tendo tido a seu cargo a monitorização da regulação bancária, do mercado obrigacionista e outros domínios similares às responsabilidades que ocupou depois no banco central, relembra a CNBC.

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