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Minuto-a-minuto: Fed garante que ciclo de subida de juros será "gradual"
A Fed subiu os juros pela primeira vez desde 2006. Janet Yellen explicou, em conferência de imprensa, a decisão. O Negócios acompanhou ao minuto as declarações da presidente da Fed.
O minuto-a-minuto do Negócios com a conferência de imprensa de Janet Yellen termina aqui.
20:40 - Terminou a conferência de imprensa de Janet Yellen, na qual realçou, por diversas vezes, que as actuais perspectivas da Fed para a economia levam a prever que o ciclo de subida dos juros deverá ser "gradual". A responsável pela política monetária norte-americana revelou "confiança" de que a inflação irá atingir o objectivo de 2% e negou que tenha sido o receio de perder a credibilidade que levou o banco central a actuar.
Janet Yellen salientou ainda que, apesar da subida da taxa de juro para o intervalo entre 0,25% e 0,5%, a política monetária continua acomodatícia, pelo que não teme efeitos negativos na economia. Referindo-se aos desenvolvimentos nos mercados internacionais, disse que a Fed não irá actuar com base em volatilidades de curto prazo e acrescentou que os mercados emergentes estão mais robustos, do que nos anos 1990, para lidar com a subida dos juros.
20:38 - "A minha perspectiva geral é que muitos mercados emergentes estão numa posição mais forte do que estavam nos anos 1990", disse Janet Yellen, referindo-se à crise dos mercados emergentes em 1997 e 1998, frequentemente atribuída à subida dos juros nos EUA. A responsável pela política monetária norte-americana acredita que agora "estão numa melhor posição" para lidar com a subida dos juros, mas apontou que "iremos monitorizar isto cuidadosamente".
20:34 - Um jornalista, apontando que Janet Yellen disse que a subida dos juros irá depender dos dados, relembrou também que, no passado, disse querer evitar ser mecânica nessa decisão. Estando dependente dos dados, questionou como poderá evitar ser mecânica. "Tentaremos evitar isso", disse Janet Yellen, e "quero salientar que, quando dissemos [que a subida dos juros será] gradual, não significa [que será] mecânica". "A minha leitura é que a economia irá evoluir de uma forma" que não é suficiente para subir os juros de forma mais rápida, concluiu.
20:26 - Janet Yellen foi questionada sobre a turbulência nas obrigações de empresas classificadas como "lixo", que levou uma gestora de activos Third Avenue Management a proibir os resgates aos seus fundos. "Os riscos no mercado de obrigações ‘high-yield’ têm aumentado desde o ano passado", respondeu a presidente da Fed. "Consideramos que as condições financeiras continuam a impulsionar um crescimento económico", acrescentou, mas "avaliaremos isto cuidadosamente". E apontou ainda que "temos um sistema financeiro muito mais resiliente agora, do que antes da crise financeira".
20:14 - "Esperamos reduzir o tamanho do nosso balanço ao longo do tempo", indicou a responsável norte-americana, referindo-se aos activos que foram comprados pela Fed, no âmbito de programas semelhantes ao que o BCE tem actualmente em curso. Uma vez que ainda estão no balanço da Fed, uma das grandes questões tem sido como é que a instituição monetária irá desfazer-se desses títulos.
20:12 - "Sinto-me confiante em relação aos fundamentais que impulsionam a economia norte-americana", disse Janet Yellen, em resposta a uma jornalista da ABC. Mas admitiu que "a economia é atingida por choques. E tanto há choques positivos como choques negativos".
20:07 - "Não estamos focados em volatilidades financeiras de curto prazo. Mas [a volatilidade sentida no verão] era persistente", apontou Janet Yellen, referindo-se às ondas de choques nos mercados mundiais, provocadas pela queda das acções chinesas. Esta foi uma das justificações para, em Setembro, a Fed não avançar logo com a subida dos juros.
20:03 - Apesar da subida da taxa de juro, Janet Yellen disse que, "nesta altura, julgamos que a política monetária está acomodatícia". "E penso que isso é apropriado", atirou. Questionada por um jornalista da CNBC, sobre qual a motivação para subir os juros numa altura em que a inflação está tão baixa [actualmente em 0,5%], a responsável pela política monetária norte-americana disse que "mantivemos os juros em níveis muito baixos por muito tempo".
"Considerámos os riscos para as perspectivas" da economia, disse a presidente da Fed. Mas contrabalançou essa ideia com o facto de que, com a taxa de juro no anterior mínimo histórico, entre 0% e 0,25%, "temos menos margem para responder a choques negativos que requeiram uma actuação monetária".
Janet Yellen reiterou que "reconhecemos que a política é acomodatícia e, se não começarmos a reduzi-la lentamente", isso poderá prejudicar a economia. E acrescentou que "gostávamos de evitar uma situação em que (…) tenhamos de aplicar estímulos abruptamente". Por fim, foi peremptória: "Não vou dar-lhe uma simples fórmula, sobre o que será necessário para voltar a subir a taxa de juro de referência".
19:52 - Um jornalista da Associated Press questionou Janet Yellen se pesou na sua decisão o facto de temer que poderia perder a sua credibilidade não avançando agora. A presidente da Fed respondeu que "decidimos avançar nesta altura, porque sentimos que as condições que definimos para uma subida" da taxa de juro, entre as quais melhorias no mercado laboral e na inflação, "foram satisfeitas".
19:48 - "A taxa de juro de referência deverá subir moderadamente", tal como reflectem as previsões dos responsáveis do FOMC, divulgadas após a reunião desta quarta-feira. "O ritmo real da taxa de juro de referência dependerá das perspectivas para a economia", acrescentou a presidente da Fed. No caso de a inflação e o desemprego surpreenderem pela positiva, isso poderá levar a uma subida mais acentuada dos juros. E se a economia ficar aquém do esperado, as decisões da Fed também o irão reflectir, atirou Janet Yellen.
19:42 - "Com a inflação ainda baixa, porque está o Comité a subir a taxa de juro de referência?" A questão lançada por Janet Yellen foi logo respondida, com a justificação de que em causa estão, em parte, "factores transitórios", como a queda dos preços do petróleo. Além disso, "o comité reconhece que leva algum tempo até a política monetária ter efeito".
19:38 - A decisão de subir a taxa de juro de referência "reconhece o considerável progresso" da economia e "reflecte a confiança do Comité de que a economia irá continuar a fortalecer", justificou Janet Yellen, no início da conferência de imprensa. Relativamente à exigência da Fed face a mais melhorias no mercado laboral e confiança de que a inflação estará a caminhar em direcção ao objectivo de 2%, a presidente da Fed disse que "estes dois critérios foram agora satisfeitos".
19:00 - A Reserva Federal dos EUA anunciou esta quarta-feira, 16 de Dezembro, uma subida da taxa de juro de referência. Passa agora a fixar-se entre 0,25% e 0,5%, acima do actual mínimo histórico de entre 0% e 0,25%, no qual estava desde Dezembro de 2008. Esta é a primeira subida dos juros nos EUA em quase uma década.
Janet Yellen, presidente da Fed, iniciará às 19:30 uma conferência de imprensa, na qual explicará a decisão do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla anglo-saxónica). A responsável pela política monetária norte-americana dará também a perspectiva do Comité para a evolução da economia, nomeadamente a inflação e o desemprego. Os indicadores mais relevantes para a Fed, já que correspondem aos dois mandatos sob os quais tem de se reger: taxa de inflação de 2% e "pleno emprego".