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Mercado prevê que Reserva Federal reduza balanço. Mas quer pistas sobre os juros

Os economistas que acompanham as decisões da Fed prevêem que na reunião desta quarta-feira a autoridade monetária anuncie o início da redução do balanço.

Andrew Harrer/Bloomberg
20 de Setembro de 2017 às 13:01
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Janet Yellen deverá anunciar esta quarta-feira, 20 de Setembro, o início da redução do balanço da Reserva Federal. O banco central deverá começar a reduzir de forma gradual o reinvestimento dos títulos que comprou ao abrigo dos antigos programas de compras de activos. Mas o foco estará nas pistas que a autoridade monetária deixará sobre a evolução futura da taxa dos fundos federais, numa altura em que as expectativas do mercado e da Reserva Federal aparentam estar desalinhadas.

Entre os membros do Comité Federal do Mercado Aberto da Fed (FOMC) também há perspectivas contraditórias. Por um lado, há preocupações com a falta de resposta da inflação e pela fraca evolução dos salários. Por outros, existem receios em relação aos riscos de bolhas nos activos financeiros se se mantiver as taxas de juro baixas por um grande período de tempo.

"Os recentes e contraditórios comentários por parte de alguns dos membros do comité parecem sugerir que o banco central está a perder o seu rumo. Além do mais, após nove anos de expansão da economia norte-americana, a inflação não só não está a acelerar, como ficou efectivamente aquém das expectativas – o que ilustra a tensão nos mercados laborais. Isto está a aumentar ainda mais o cepticismo sobre os planos da Fed", observa Franck Dixmier, responsável do mercado de obrigações da Allianz Global Investors, numa nota.

De olhos nas novas previsões da Fed

Os responsáveis do FOMC irão actualizar nesta reunião as projecções para o valor que pensam para a taxa dos fundos federais nos próximos anos, que são inseridas num gráfico conhecido como "dot plot". O foco do mercado estará sobre se essas indicações, que não são vinculativas, serão ou não revistas em baixa.

"Apesar dos dados recentes suaves da inflação serem um argumento para uma revisão em baixa das projecções, uma questão essencial é até que ponto, se algum, as condições financeiras podem apoiar as expectativas de subida de juros, servindo de contrapeso ao desapontamento com a inflação", referem os economistas do Deutsche Bank, numa nota a investidores.

Frank Dixmier refere que "conforme observámos no quadro "dot-plot" de Junho, 70 por cento dos membros do FOMC idealizaram pelo menos mais uma subida de 25 pontos-base (pb) em 2017, e 80 por cento acredita que os juros deveriam subir ainda mais antes do final de 2018". Mas a Pictet antecipa que possa haver algumas revisões em baixa, apesar de ainda admitir que possa haver um aumento efectivo das taxas de juro na reunião da Fed em Dezembro.

Como vai a Fed encolher o balanço

Janet Yellen começou a preparar o mercado para a redução do balanço. E em Junho divulgou as linhas orientadoras para esse processo, que tem de ser gerido com pinças para não provocar turbulência nos mercados.

A Fed pretende começar a introduzir um limite ao montante a reinvestir (de 6.000 milhões de dólares por mês em títulos do Tesouro e de 4.000 milhões de dólares por mês em títulos hipotecários). Esses limites irão sendo aumentados trimestralmente até um máximo de 30.000 milhões de dólares em obrigações do tesouro americanas e de 20.000 milhões de dólares em títulos hipotecários.

O Deustche Bank, por exemplo, antecipa que essa redução seja anunciada esta quarta-feira e que comece a ser operacionalizada a partir de 1 de Outubro.

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