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Membro do BCE diz que receios em torno da inflação na Zona Euro "são exagerados"
O governador do banco de França garante ainda que, no BCE, não se discute ainda a retirada dos estímulos sem precedentes à economia da Zona Euro.
François Villeroy de Galhau, governador do banco de França e membro do Banco Central Europeu (BCE), defendeu esta quinta-feira, 26 de Janeiro, que os receios em torno do ressurgimento da inflação na Zona Euro são "exagerados" e que a retirada dos estímulos do banco central não foi sequer discutida.
Em respostas às críticas alemãs à actuação da autoridade monetária, o governador antecipou que a inflação na Alemanha deverá abrandar, depois do pico no início deste ano, frisando que os decisores políticos devem olhar para além das variações pontuais causadas pelos preços do petróleo.
Isto depois de o Bundesbank – o banco central da Alemanha – já ter informado que "devido a um considerável aumento nos preços médios diários dos produtos petrolíferos, a taxa [de inflação] poderá atingir os 2% em Janeiro", precisamente a meta do BCE.
"Alguns parecem temer o regresso da inflação; este ano, é muito exagerado", afirmou Villeroy, citado pela Reuters. "Ainda que o alívio quantitativo não vá durar para sempre, não discutimos qualquer redução nem estratégia de retirada".
As garantias de Villeroy surgem poucos dias depois de Sabine Lautenschlaeger, membro da comissão executiva do BCE, ter dito que já existem as condições necessárias para uma subida estável da inflação, pelo que a autoridade monetária poderá começar a planear, em breve, o fim do seu programa sem precedentes de estímulos à economia.
"Não é nosso objectivo manter as taxas de juro baixas por muito tempo", esclareceu Villeroy. "Elas são meramente a condição necessária hoje para regressarmos gradualmente à nossa meta de inflação e garantir taxas de juro duradouramente mais altas no futuro".
O governador do banco central francês acrescentou que, ainda que a Alemanha possa enfrentar uma subida dos preços mais elevada, o BCE está focado na Zona Euro com um todo.
"As diferenças de inflação entre os países são consistentes com as diferenças nas situações económicas nacionais: o crescimento e o emprego também são mais fortes na Alemanha".