Notícia
Lagarde diz que subida de juros diretores pode não acontecer tão cedo quanto o esperado
A líder do Banco Central Europeu admitiu que os juros diretores, que são definidos pela instituição, poderão manter-se em mínimos por mais tempo do que o esperado. No mercado secundário, os juros dos países sobem à boleia da redução das compras de dívida.
Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), colocou alguma "água na fervura" no que toca à data de uma eventual subida de juros diretores - que são definidos pela própria instituição. Os mercados estão a apontar para um aumento das taxas no final do próximo ano.
"As condições para um aumento de taxas de juro não deverão ser alcançadas quando o mercado está a prever", atira Lagarde, na conferência de imprensa que sucedeu ao encontro de política monetária deste mês. "Embora a atual subida de inflação esteja a durar mais do que o esperado inicialmente, esperamos que diminua no decorrer do próximo ano", diz.
Horas antes do final deste encontro, Espanha anunciou que a taxa inflação ultrapassou os 5% em outubro, aumentando para os níveis mais altos em quase 30 anos. A contribuir para este aumento estiveram, sobretudo, as subidas dos preços da eletricidade e, com menor relevância, os combustíveis e lubrificantes para veículos pessoas, bem como o gás.
Os intervenientes do mercado estão a apontar para um aumento das taxas diretoras, atualmente em mínimos históricos nos 0%, em agosto e depois novamente no final do próximo ano.
O BCE cumpriu com aquilo que tinha sido dito em setembro e manteve todos os apoios em cima da mesa, fazendo uma avaliação apenas no encontro de dezembro. Mas até lá, o ritmo de compras de dívida mensais vai continuar a abrandar, de acordo com o documento enviado nesta quinta-feira.
O atual envelope do PEPP, com uma dotação total de 1.850 mil milhões de euros, será usado até março de 2022, no mínimo, ou "até considerar que o período de crise do coronavírus terminou". Depois dessa data, o BCE continuará a reinvestir os pagamentos dos títulos vencidos adquiridos no contexto do PEPP, pelo menos, até ao final de 2023.
Juros agravam subidas após reunião
Apesar desta mensagem "dovish" de Lagarde, os mercados parecem estar a agarrar-se mais ao facto de a líder francesa ter reafirmado que iria reduzir as compras de dívida no último trimestre deste ano.
Assim que o BCE comunicou esta decisão, os juros da dívida soberana dos países da Zona Euro subiram no mercado secundário, mostrando que esta ideia de redução não foi do agrado dos investidores.
Em Itália, os juros escalaram até 15 pontos base (pb) durante o encontro para máximos de maio deste ano. Agora, depois de a subida ter sido ligeiramente atenuada com a ideia da manutenção dos juros diretores por mais tempo do que o esperado, a taxa voltou a subir (12 pb para os 1,063%).
Os países do sul da Europa, os mais endividados, são os que veem os seus juros da dívida subirem mais. Em Portugal, a "yield" a dez anos escala 6 pontos base para os 0,430%, em Espanha avança na mesma proporção para os 0,529%. Na Grécia, os juros a dez anos escalam 7,7 pontos base para os 1,067%.
Na Alemanha, a referência para o bloco central, os juros estão a subir 4,1 pontos base para os -0,140%.
"As condições para um aumento de taxas de juro não deverão ser alcançadas quando o mercado está a prever", atira Lagarde, na conferência de imprensa que sucedeu ao encontro de política monetária deste mês. "Embora a atual subida de inflação esteja a durar mais do que o esperado inicialmente, esperamos que diminua no decorrer do próximo ano", diz.
Os intervenientes do mercado estão a apontar para um aumento das taxas diretoras, atualmente em mínimos históricos nos 0%, em agosto e depois novamente no final do próximo ano.
O BCE cumpriu com aquilo que tinha sido dito em setembro e manteve todos os apoios em cima da mesa, fazendo uma avaliação apenas no encontro de dezembro. Mas até lá, o ritmo de compras de dívida mensais vai continuar a abrandar, de acordo com o documento enviado nesta quinta-feira.
O atual envelope do PEPP, com uma dotação total de 1.850 mil milhões de euros, será usado até março de 2022, no mínimo, ou "até considerar que o período de crise do coronavírus terminou". Depois dessa data, o BCE continuará a reinvestir os pagamentos dos títulos vencidos adquiridos no contexto do PEPP, pelo menos, até ao final de 2023.
Juros agravam subidas após reunião
Apesar desta mensagem "dovish" de Lagarde, os mercados parecem estar a agarrar-se mais ao facto de a líder francesa ter reafirmado que iria reduzir as compras de dívida no último trimestre deste ano.
Assim que o BCE comunicou esta decisão, os juros da dívida soberana dos países da Zona Euro subiram no mercado secundário, mostrando que esta ideia de redução não foi do agrado dos investidores.
Em Itália, os juros escalaram até 15 pontos base (pb) durante o encontro para máximos de maio deste ano. Agora, depois de a subida ter sido ligeiramente atenuada com a ideia da manutenção dos juros diretores por mais tempo do que o esperado, a taxa voltou a subir (12 pb para os 1,063%).
Os países do sul da Europa, os mais endividados, são os que veem os seus juros da dívida subirem mais. Em Portugal, a "yield" a dez anos escala 6 pontos base para os 0,430%, em Espanha avança na mesma proporção para os 0,529%. Na Grécia, os juros a dez anos escalam 7,7 pontos base para os 1,067%.
Na Alemanha, a referência para o bloco central, os juros estão a subir 4,1 pontos base para os -0,140%.