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FMI deixa recado ao futuro Governador do BoJ: "clareza" e "flexibilidade" no controlo das "yieds"

O banco central nipónico vai mudar de governador em abril, numa altura em que o mercado pressiona para que a instituição abandone as "pombas" e se vire para os "falcões".

Haruhiko Kuroda, Governador do Banco Central do Japão.


Liderou o ambicioso programa de compra de activos do banco central, um dos eixos da estratégia económica do primeiro ministro de Shinzo Abe. 2015 começou com bons dados económicos.
26 de Janeiro de 2023 às 13:03
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que uma mudança abrupta na política monetária levada a cabo pelo Banco do Japão (BoJ) pode ter um "efeito de contágio" no mercado financeiro, pelo que a instituição deve definir claramente o caminho a adotar no futuro.

A vice-diretora do FMI, Gina Gopinath, apelou, citada pelo Financial Times, ao banco central para que adote uma abordagem flexível no que toca ao controlo das "yields" da dívida, dado os riscos de elevada inflação a curto prazo.

Em dezembro, o índice de preços no consumidor no Japão alcançou máximos de quatro décadas. O banco central tem resistido à adoção de uma política monetária restritiva, optando pela manutenção de uma política acomodatícia.

Ainda assim, "acreditamos que é importante que [o banco central] mantenha uma política monetária acomodatícia", frisou Gopinath.

"O controlo da curva das ‘yields’ é uma parte deste ‘kit’ de ferramentas", acrescentou, explicando que "vemos um risco significativo de inflação elevada", pelo que "aumentar a flexibilidade [no controlo da curva] é uma ajuda".

Gopinath reconheceu ainda que a economia japonesa está a atravessar uma "conjuntura delicada". O banco central vai mudar de governador em abril, numa altura em que o mercado pressiona para que a instituição abandone as "pombas" e se vire para os "falcões".

Na última reunião de política monetária, o banco central liderado por Haruhiko Kuroda resistiu a esta pressão e manteve as taxas de juro diretoras inalteradas, assim como o intervalo fixado em dezembro  - que serve de limite para as "yields" da dívida a dez anos - entre -0,5% e 0,5%.

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