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Fed pode acelerar subida de juros devido ao plano de Trump
Vários responsáveis do banco central perspectivam um aumento mais forte dos juros para contrariar as pressões inflacionistas que podem resultar do plano de estímulos orçamentais de Donald Trump.
A Reserva Federal (Fed) manteve a promessa de subir as taxas de juro de forma "gradual", mas os responsáveis do banco central já debatem qual deverá ser a estratégia de resposta às pressões inflacionistas que podem resultar no plano económico do presidente eleito.
Nas minutas da reunião de 13 e 14 de Dezembro, reveladas esta quarta-feira, 4 de Janeiro, vários dos responsáveis da Fed mostram preocupações com a possibilidade de o banco central ser forçado a acelerar a subida de juros, devido às perspectivas de crescimento da inflação.
Esta previsão de subida mais rápida dos preços resulta dos efeitos do plano de estímulos orçamentais que Donald Trump pretende implementar assim que chegar à Casa Branca, que também colocam "riscos de revisão em alta às actuais perspectivas de crescimento económico".
Apesar de mostrarem esta maior preocupação com a aceleração da inflação, a maioria dos responsáveis da Fed reiterou que será mais apropriado subir os juros de "forma gradual" nos próximos anos.
O plano económico de Trump implica cortes de impostos e aumento do investimento em infra-estruturas, o que tenderá a elevar o crescimento do PIB e dos preços. Esta perspectiva levou nos últimos meses a uma valorização nos mercados accionistas e a uma fuga dos investidores do mercado de obrigações.
Já em reuniões anteriores os responsáveis da Fed (liderada por Janet Yellen, na foto) têm debatido as promessas de Trump, assinalando que os seus efeitos são incertos. Os responsáveis do banco central "destacam a considerável incerteza sobre o timing, dimensão e composição de um futuro plano orçamental e outras iniciativas económicas, bem como se essas medidas podem afectar a procura e a oferta", refere o comunicado com as minutas.
Quando aumentou os juros nesta reunião de Dezembro, a Fed sinalizou que deveriam ocorrer três aumentos em 2017. Contudo, os economistas estão a descontar apenas duas subidas, sendo que a próxima não deverá ocorrer tão cedo.
Os mercados reagiram em alta ligeira à divulgação das minutas, com os índices accionistas em Nova Iorque a reforçarem a tendência de ganhos.