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Trump escolhe advogado de Wall Street para desregulamentar mercados
O presidente eleito dos Estados Unidos nomeou Jay Clayton para futuro presidente do regulador americano dos mercados. Com esta escolha Trump pretende "desfazer muitas regras" que asfixiaram o investimento nas empresas norte-americanas.
Donald Trump escolheu o nome do advogado Jay Clayton para futuro presidente da "Securities and Exchange Commission (SEC)" (equivalente à CMVM) e tem bem claro os objectivos que pretende ver alcançados com esta escolha.
Em comunicado divulgado ao início da tarde desta quarta-feira, 4 de Janeiro, o presidente eleito dos Estados Unidos confirmou que a sua escolha para líder do regulador americano dos mercados é Jay Clayton, alguém que Trump considera ser "um perito altamente talentoso em muitos aspectos das leis financeiras e regulatórias".
Em comunicado citado pela agência Reuters, Donald Trump explicou que Clayton "irá assegurar que as nossas instituições financeiras prosperem e criem empregos ao mesmo tempo que ‘jogam segundo as regras’".
Regras essas que são para mudar, avisou Trump: "Temos de desfazer muitas regras que asfixiaram o investimento nas empresas americanas e restaurar uma supervisão da indústria financeira de forma a que a mesma não prejudique os trabalhadores americanos", pode ainda ler-se na nota assinada pelo presidente eleito.
Clayton é um reputado advogado no círculo financeiro de Wall Street, tendo já defendido instituições como o Goldman Sachs. É sócio da empresa de advogados Sullivan&Cromwell e, se o seu nome for aceite pelo Senado, irá substituir a até aqui presidente da SEC, Mary Jo White, que anunciou a vontade de se demitir logo depois da vitória de Trump nas presidenciais de 8 de Novembro.
Clayton desempenhou também um papel importante no apoio prestado a grandes empresas que pretendiam realizar ofertas públicas iniciais nos mercados, como foi o caso da gigante chinesa Alibaba. Além desta escolha, Trump tem ainda nas mãos o poder para indicar os nomes de dois outros nomes que irão ocupar a comissão de cinco membros da SEC.
Em relação a esta escolha, a imprensa norte-americana escreve que se trata de uma escolha consistente com a intenção demonstrada por Trump de proceder a uma importante desregulamentação do sector financeiro. O que surge em claro contraciclo com as medidas mais restritivas que foram adoptadas durante os dois mandatos do ainda presidente, Barack Obama, que chegou à Casa Branca em 2009, logo depois do estalar da crise financeira.
Concretamente em causa está a legislação aprovada em 2010 com vista à reforma do sistema financeiro e respectiva fiscalização, um diploma conhecido como Dodd-Frank Act. O Washington Post nota que durante a liderança de White, a SEC desempenhou um papel essencial no esforço da administração Obama em salvaguardar os contribuintes de eventuais futuros resgates ao sector financeiro. Tornou, por exemplo, mais difícil aos grandes bancos realizarem apostas/investimentos arriscados.
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