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Bullard defende aumento de 0,25 pontos percentuais dos juros da Fed em todas as reuniões até julho
Na reunião do mês passado, o presidente da Fed, Jerome Powell, aludiu à possibilidade de sete aumentos dos juros diretores este ano, de modo a conter a forte subida da inflação.
O presidente da Fed de St. Louis, James Bullard, disse esta quinta-feira que privilegia um aumento dos juros diretores da Reserva Federal norte-americana em um ponto percentual até 1 de julho. Ou seja, um aumento de 25 pontos base nas reuniões de março, maio, junho e julho.
Esta posição vai ao encontro do que declarou o presidente do banco central, Jerome Powell, no final da última reunião de política monetária da Fed, que decorreu nos dias 25 e 26 de janeiro.
Nessa altura, Powell afirmou que não havia ainda um calendário delineado para a subida dos juros, mas surpreendeu ao dizer que não descartava um aumento das taxas em todas as reuniões do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC), o que foi uma reviravolta face a tudo o que tinha sido sinalizado até então.
Até ao final do ano, o FOMC tem mais sete reuniões: em março, maio, junho, julho, setembro, novembro e dezembro. Quer isso dizer que a Fed poderá subir os juros sete vezes este ano.
Com os dados da inflação de janeiro nos EUA a ficarem acima do esperado, e em máximos de 1982, os mercados estão cada vez mais a contar com um endurecimento mais agressivo da política monetária da Fed, o que está hoje a fazer subir o dólar e os juros da dívida soberana e a quebrar as bolsas.
Powell afirmou, na sua conferência de imprensa do mês passado, que a Reserva Federal tem em mente subir os juros já em março, indo assim ao encontro do que tem sido antecipado. O presidente da Fed sublinhou a a inflação irá descer ao longo do ano mas que, para já, os riscos inflacionistas estão ainda com uma tendência ascendente. E os dados de hoje comprovam isso mesmo.
O presidente da Fed sinalizou que as subidas dos juros poderão assim concretizar-se mais cedo e mais rapidamente do que o recente ritmo de aumentos mais acelerado da história – que se verificou em 2015, quando as subidas ocorreram "reunião sim, reunião não".
"Sabemos que a economia está numa situação diferente de quando começámos a subir as taxas de juro em 2015", disse. "Mais especificamente, a economia está agora muito mais sólida, o mercado laboral está muito mais robusto e a inflação está bastante acima da nossa meta de 2% - num valor muito mais elevado do que em 2015. E é provável que estas diferenças tenham implicações substanciais no ritmo adequado para os ajustes da política monetária", acrescentou.