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Powell admite subir taxas de juro em mais de 25 pontos base. Uma ou mais vezes

O Presidente da Fed assegurou que serão tomadas as "medidas necessárias" para combater a inflação, que já está "muito alta", ainda que acredite num equilíbrio entre oferta e procura a longo prazo.

O banco central, liderado por Jerome Powell, deverá subir a sua taxa diretora pela primeira vez na reunião de março.
Brendan Smialowski/Reuters
21 de Março de 2022 às 17:32
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O presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Jerome Powell (na foto), reconheceu esta segunda-feira, num discurso na conferência anual  da National Association for Business Economics (NABE), que a inflação está "muito alta" e prometeu tomar as "medidas necessárias".

 

"O mercado de trabalho está muito forte e a inflação está muito alta", reconheceu o líder do banco central dos EUA, reiterando a posição da passada quarta-feira, ou seja, a necessidade de subir as taxas de juro até que seja assegurada a estabilidade dos preços.

 

"Vamos tomar as medidas necessárias para garantir o regresso à estabilidade dos preços", garantiu Powell. "Em particular, se concluirmos que é apropriado agir de forma mais agressiva, elevando a taxa dos fundos federais em mais de 25 pontos base numa só reunião ou em várias reuniões, assim o faremos. E se determinarmos que precisamos de uma postura mais restritiva, também a teremos", sublinhou o presidente da Fed.

 

Na última reunião, o banco central decidiu aumentar em 25 pontos base as taxas de juro diretoras, pela primeira vez desde 2018. As taxas ainda podem subir mais seis vezes este ano, estando o mercado a acreditar que há 50% de probabilidades da Reserva Federal subir as taxas de juro em 50 pontos base já em maio, de acordo com a CNBC.

 

Como já tinha dito antes, Powell atribuiu a maior parte da "culpa" da crise inflacionista a fatores específicos da pandemia, em particular o aumento disruptivo da procura, os quais - segundo o próprio presidente da Fed - foram "subestimados amplamente" por economistas e pelo próprio banco central que têm como principais mandatos assegurar o pleno emprego e a estabilidade dos preços.

 

Apesar de tudo, Powell mantém-se otimista, acreditanto num equilíbrio entre oferta e procura, ainda que a longo prazo.

"Continua a parecer provável que seja possível um alívio da oferta a longo prazo, à medida que o mundo finalmente começa a viver alguma nova normalidade, mas o tempo e a intensidade desse alívio são altamente incertos", advertiu o presidente da Fed, assegurando que "à medida que estabelecemos a política [monetária] vamos procurar um progresso real sobre esta questões, pelo que não vamos assumir um alívio significativo da oferta a curto prazo".

 

Powell também abordou o tema da invasão da Ucrânia, frisando que este conflito geopolítico está a agravar a crise nas cadeias de abastecimento e a consequente pressão nos preços.

 

"Em tempos normais, quando o emprego e a inflação estão próximos dos nossos objetivos, a política monetária olharia para uma breve explosão de inflação associada a choques relacionados com os preços das matérias-primas. No entanto, [neste caso] o risco de que um longo período de inflação alta possa empurrar as expectativas a longo prazo para níveis desconfortavelmente mais altos é crescente, pelo que o FOMC (Comité Federal de Mercado Aberto) tem de agir rapidamente", rematou Powell.

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