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BCE: Política monetária expansionista reduziu desigualdades

Um estudo do BCE conclui que a política monetária expansionista teve um efeito positivo na redução de desigualdades na Europa.

08 de Agosto de 2018 às 10:52
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"A política monetária acomodatícia diminuiu directamente a desigualdade de rendimentos e de riqueza". A conclusão consta de um estudo publicado no Boletim Económico do Banco Central Europeu (BCE) divulgado esta quarta-feira, dia 8 de Agosto. A entidade liderada por Mario Draghi argumenta que os estímulos beneficiaram essencialmente os cidadãos financeiramente constrangidos, sejam os mais pobres, os que ficaram desempregados ou os que estavam mais endividados. 

O argumento do BCE é que a política monetáriaacomodatícia teve efeitos heterogéneos na sociedade europeia. Ou seja, afectou de forma diferente indivíduos em situações diferentes. O estudo mostra que tanto do lado do desemprego como do lado da riqueza, os mais pobres (primeirodécil) foram os mais beneficiados em termos percentuais (ver gráfico). 
Para o Banco Central Europeu os estímulos "reduziram substancialmente a taxa de desemprego na parte mais baixa da distribuição de rendimento". "A descida agregada da taxa de desemprego de 0,7 pontos percentuais afecta os indivíduos de forma muito heterogénea e está fortemente direccionada para os agregados familiares com rendimentos nos 20% mais baixos, nos quais a taxa de desemprego desce mais de dois pontos percentuais", assinala o estudo do BCE.

Contudo, existe uma razão "escondida" a justificar, em parte, esta melhoria, para lá da política monetária: o nível de desemprego é muito mais elevado nas camadas mais baixas da distribuição do rendimento. 

Segundo o estudo, a riqueza flutuou de forma heterogénea nos países da Zona Euro, tendo a riqueza dos alemães subiu de forma significativa a partir de 2013. Já a dos franceses ficou praticamente no mesmo nível. No caso de Espanha, a riqueza dos cidadãos continua 30% abaixo do que se verificava no pré-crise, mas a tendência é de subida. Em Itália a riqueza tem vindo a cair progressivamente.
Em Agosto do ano passado, o então vice-presidente do Banco Central Europeu, Vítor Constâncio, argumentava esta mesma ideia: "De uma perspectiva distributiva, o principal impacto da políticas monetárias expansionistas é sobre a redução do desemprego, com efeitos positivos na redução da desigualdade", disse num congresso, citado pelo Expresso.

Já um estudo de Maio do ano passado do Banco de Portugal concluía que esta política de Draghi tinha tido um efeito positivo na redução da desigualdade em Portugal. No entanto, também dava a outra face da moeda, argumentando que quando os estímulos acabarem de forma definitiva o efeito será negativo para a economia portuguesa.
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