Notícia
BCE levado a tribunal devido à contratação de conselheiro de Draghi
Um representante do pessoal do BCE processou o banco central devido à contratação de um dos conselheiros mais próximos de Draghi, avança a Reuters. Em causa estará o facto de não ter sido publicitada a vaga de emprego.
O Banco Central Europeu foi levado a tribunal por um funcionário da autoridade monetária, avança a Reuters. Em causa está a contratação de um dos conselheiros mais próximos de Mario Draghi, presidente do banco. Esta é a primeira queixa contra a nomeação de elemento de topo da instituição.
Na queixa, a que a agência teve acesso, Carlos Bowles, líder do Comité de Pessoal do BCE, e autor da queixa, adianta que a comissão executiva do banco central actuou de forma "ilegal ao não publicitar a vaga, negando a outros a possibilidade de candidatarem-se".
O conselheiro em questão é o economista alemão Roland Straub, que foi nomeado em Fevereiro. Tem um papel importante na formulação de propostas políticas e coordena os assistentes de cinco directores do BCE, acrescenta a mesma fonte.
Neste recurso não são as qualificações do economista que estão em causa. A queixa está mesmo focada na forma como foi feita esta contratação. Carlos Bowles defende que nomeações directas podem levar o pessoal do BCE a procurar favores dos seus superiores para obterem promoções. "A decisão contestada viola os princípios de publicidade, transparência, acesso igual e não discriminação", disse.
Um porta-voz do banco central sublinhou à Reuters que: "O BCE não foi notificado de nenhuma queixa". "Veríamos com bons olhos a oportunidade de confirmar que esta nomeação foi feita em completo acordo com as regras do BCE".
Em Maio, a liderança da autoridade monetária rejeitou a queixa interna relativa à nomeação de Straub, alegando que esta nomeação estava em linha com as regras e práticas de contratação da instituição. Perante este cenário, o caso vai ser agora julgado pelo Tribunal Geral da União Europeia, uma autoridade judicial com competências para julgar casos contra o BCE e outras instituições europeias.