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BCE corta nas previsões de crescimento da Zona Euro até 2026
Decisão de descida de juros desta quinta-feira é acompanhada de uma revisão em baixa no PIB, mas com a autoridade monetária a mostrar-se ainda confiante na recuperação da procura interna.
O Banco Central Europeu (BCE) reviu nesta quinta-feira em baixa as previsões de crescimento de médio prazo para a Zona Euro, mostrando-se mais pessimista ao longo de todo o horizonte de projeção.
Para este ano, a equipa económica da autoridade monetária da moeda única aponta agora a um crescimento de 0,7%, uma décima abaixo da indicação dada em setembro.
Também as previsões para a evolução do PIB da Zona Euro de 2025 e de 2026 sofrem um corte no novo cenário macroeconómico que é apresentado na reta final do ano, num momento em que os indicadores avançados do espaço da moeda única surgem em território de contração, pese embora o crescimento acima do esperado no terceiro trimestre - 0,4% de variação em cadeia - apoiado pelas Olimpíadas do verão em França.
Para o próximo ano, o BCE não espera mais do que 1,1% de subida do PIB nas economias do euro, com a previsão para 2026 a apontar agora para 1,4% de crescimento.
No horizonte, surge também já o ano de 2027, aqui com a equipa do BCE a indicar que espera neste momento um levantamento muito lento das condições económicas, com novo abrandamento, apontando para 1,3% de subida do PIB nesse ano.
Na nota que publica a decisão de monetária que já era esperada, de nova descida de juros em 25 pontos base, o BCE indica que "espera agora uma recuperação mais lenta". "Apesar de o crescimento ter melhorado no terceiro trimestre deste ano, os indicadores de inquérito sugerem que terá abrandado no atual trimestre", refere a publicação.
Em novembro, o índice compósito de gestores de compras da Zona Euro exibiu uma leitura bem abaixo da marca de crescimento, ficando nos 48,3 pontos, e comparando com o ponto alto obtido em agosto, de 51 pontos - então influenciado pelo comportamento do sector dos serviços em França, a contrariar a fraqueza industrial predominante nas maiores economias.
Do verão até aqui, os sinais dados pelas economias alemã e francesa, contudo, voltaram a ser mais negativos, com o sector industrial a afundar e a a fraqueza a alastrar também já aos dados de inquérito dos serviços.
Apesar desta tendência, o BCE continua a mostrar-se confiante de que o efeito da sua ação na descida de juros, com a descida de inflação a permitir a recperação real de rendimentos, será capaz de reanimar a procura interna no próximo ano, com alguma aceleração no PIB.
"A recuperação projetada assenta principalmente na subida dos rendimentos reais - que deverá permitir às famílias consumirem mais - e no aumento do investimento pelas epresas. Ao longo do tempo, o esbatimento gradual da política monetária restritiva deverá apoiar a melhoria da procura interna", refere a autoridade monetária.