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BCE corta juros pela quarta vez. Taxa cai para 3%
A decisão - já esperada pelo mercado - foi tomada pelos governadores da Zona Euro esta quinta-feira, na última reunião de política monetária do ano.
As taxas de juro da Zona Euro vão baixar pela quarta vez este ano. O Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta quinta-feira avançar com um corte de 25 pontos base, que leva os juros de referência - que se aplicam aos depósitos - para 3%, ou seja, 100 pontos-base abaixo do pico de 4% em que esteve entre setembro de 2023 e junho deste ano.
A decisão tomada na última reunião do ano já era esperada pelo mercado dado que a inflação na Zona Euro já quebrou (mesmo que temporariamente) a barreira dos 2% e a economia da região tem dado sinais de fraqueza. A redução "baseia-se na avaliação atualizada do conselho do BCE das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária", explica a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde, em comunicado.
Após a mais rápida subida de sempre nos juros do BCE para conter a inflação, o caminho de descida começou há seis meses. O banco central indica agora que a restritividade das condições de financiamento está a diminuir, tornando "gradualmente a contração de novos empréstimos menos onerosa" para as empresas e as famílias. "No entanto, as condições de financiamento continuam a ser restritivas, porque a política monetária permanece restritiva e os anteriores aumentos das taxas de juro ainda estão a ser transmitidos ao 'stock' de crédito em dívida", sublinha.
A expectativa do mercado - e também de membros do conselho, incluindo o governador português Mário Centeno - é que haja novas reduções dos juros em 2025 até que a taxa de referência fique em torno dos 2%. Até porque o BCE indica que o combate à inflação ainda não está vencido.
"O processo desinflacionista está bem encaminhado", diz. "A inflação interna desceu ligeiramente, mas permanece elevada, sobretudo porque os salários e os preços em determinados setores ainda estão a ajustar-se, com um desfasamento substancial, à anterior subida acentuada da inflação", avisa. Neste encontro, o BCE atualizou também as projeções para a economia da Zona Euro, tendo-se mostrado mais pessimista.
Além dos juros, a estratégia do banco central para travar a escalada dos preços passa também por retirar liquidez da economia por via da compra de dívida e dos empréstimos aos bancos. Quanto ao programa de compra de ativos devido a emergência pandémica (PEPP), o BCE já não reinveste todos os pagamentos de capital de títulos vincendos adquiridos, reduzindo a carteira numa média de 7,5 mil milhões de euros por mês e irá, no início do próximo ano, descontinuar totalmente os reinvestimentos.
Da mesma forma, "os bancos irão reembolsar, este mês, os montantes remanescentes dos empréstimos obtidos no contexto das operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas, o que conclui esta parte do processo de normalização do balanço", acrescenta o BCE.
(Notícia atualizada às 13:30)