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Banco do Japão mantém taxas negativas e não reforça estímulos

Os analistas falam de "completa surpresa" na decisão do banco central, pois esperavam mais estímulos à economia. O Banco Central do Japão reviu ainda em baixa as perspectivas para a inflação.

Haruhiko Kuroda, Governador do Banco Central do Japão.


Liderou o ambicioso programa de compra de activos do banco central, um dos eixos da estratégia económica do primeiro ministro de Shinzo Abe. 2015 começou com bons dados económicos.
28 de Abril de 2016 às 07:34
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O Banco Central do Japão manteve os estímulos monetários na sua reunião desta quinta-feira, 28 de Abril, deixando inalteradas a meta para o seu programa de compras em 80 triliões de ienes (648 mil milhões de euros) e a taxa de juro negativa em -0,1% que aplica às reservas dos bancos parqueadas junto da instituição central.


A decisão desiludiu os analistas, que esperavam um reforço da política expansionista para responder à apreciação do iene e às condições globais de arrefecimento da procura e do consumo interno.

"A decisão foi uma completa surpresa", admitiu à Reuters Hideo Kumano, economista-chefe do Dai-ichi Life Research Institute. Na semana passada, a Bloomberg noticiava que o Banco Central do Japão estaria a ponderar impor taxas negativas em alguns empréstimos às instituições financeiras, uma decisão que poderia ocorrer em simultâneo com um corte para uma taxa ainda mais negativa da que remunera as reservas dos bancos parqueadas junto da autoridade monetária (actualmente de -0,1%). O que não veio a acontecer.


A autoridade monetária liderada por Haruhiko Kuroda (na foto) reviu ainda em baixa as suas perspectivas para a inflação da economia japonesa, adiando por seis meses (até Março de 2018 pelo menos) o momento em que prevê que a variação dos preços possa atingir os 2%.


O índice japonês de acções Nikkei encerrou a sessão a cair 3,61%, na pior sessão em mais de dois meses e meio (12 de Fevereiro), enquanto o iene apreciava, às 7:25, 2,663% para 0,0092 dólares.


Paralelamente, o Banco do Japão criou uma linha de crédito no valor de 300 mil milhões de ienes (2,43 mil milhões de euros) destinada a financiar, a juros zero, as instituições financeiras localizadas nas áreas que este mês foram atingidas pelos terramotos no país.


Além da política de juros negativos, a entidade mantém em curso um plano de compra de activos, que inclui dívida pública (meta de 80 biliões de ienes por ano) e fundos negociados em bolsa (exchange-traded funds, com uma meta de compras anual de 3 biliões de ienes). 

Inclui-se também no cabaz de compras a aquisição de participações em fundos de investimento imobiliários a um ritmo anual de 90 mil milhões de ienes e 2,2 biliões de ienes em papel comercial e 3,2 biliões em obrigações de empresas.

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