Notícia
Analistas antecipam que BCE vai aumentar montante das reservas mínimas dos bancos
Esta medida pode agravar a taxa "overnight" aplicada pelos bancos no mercado interbancário e ainda reduzir as reservas excedentes. Ainda que não seja na próxima reunião, a maioria dos analistas, acredita que nos próximos dois meses esta mudança vai acontecer.
Os estrategas de várias instituições, incluindo do UBS, do Barclays e do Commerzbank, estão confiantes de que o Banco Central Europeu (BCE) poderá ampliar o coeficiente de reservas mínimas obrigatórias que as instituições que aceitam depósitos têm de ter junto dos bancos centrais durante a reunião que decorre esta quinta-feira, segundo as notas citadas pela Bloomberg.
Atualmente, os bancos estão sujeitos a depositar 1% das suas responsabilidades (excluindo as referentes ao mercado interbancário), incluindo os depósitos. Em julho, o BCE deliberou que estas reservas mínimas deixariam de ser remuneradas.
Em concreto, tanto o Barclays como o Comerzbank, acreditam que a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde deverá ampliar a base de incidência destes depósitos para 2% do total do passivo dos bancos.
Ainda que o BCE não tome esta decisão durante esta reunião, esta mudança parece iminente. A maioria dos analistas que participaram na sondagem da Bloomberg, acredita que haverá um aumento deste requisito nos próximos 12 meses.
Segundo a agência de informação, esta decisão pode reduzir o montante depositado enquanto reserva excedentária (junto do banco central do país e do BCE), que atualmente ainda é pago com um juro de 4%, aliviando assim as despesas dos bancos centrais com este tipo de remunerações.
Além de ter um potencial impacto nos lucros dos bancos, as alterações aos requisitos das reservas mínimas obrigatórias poderá ter impacto no mercado interbancário, um mercado onde os bancos emprestam dinheiro entre a vários prazos, por norma entre um dia e um ano e um dia.
Em concreto, esta medida pode reduzir a taxa "overnight" aplicada pelos bancos, ou seja o juro pago para empréstimos a um dia. E não seria a primeira vez.
No final de setembro, mês em que entrou em vigor a queda da remuneração paga pelos bancos centrais pelas reservas mínimas para 0%, a ESTER, um indexante a curto prazo que reflete os juros praticados em empréstimos a um dia no mercado interbancário, cede 2,6 pontos base, a maior queda desde dezembro de 2020. Para o estratega do Commerzbank, Christoph Rieger, no final de outubro, a ESTER pode registar uma queda ainda maior.
No que diz respeito à transmissão desta possível alteração para os custos dos depósitos dos clientes, Christoph Rieger acredita que vai demorar, assim como demorou a transmissão para os clientes dos bancos a saída da taxa de juro diretora da facilidade permanente de depósito de terreno negativo para terreno positivo.