Notícia
Alemã Isabel Schnabel fica com a gestão do programa de compra de ativos no BCE
A alemã Isabel Schnabel, recém chegada ao BCE, ficará com a gestão do programa de compra de ativos (QE) que foi reiniciado em setembro de 2019, uma medida que causou polémica na Alemanha.
Especula-se que foi a decisão do Conselho do BCE de reiniciar a compra de ativos ('quantitative easing') que levou à saída da alemã Sabine Lautenschläger. A sua substituta, Isabel Schnabel, irá gerir esse mesmo programa, segundo a distribuição de responsabilidades entre os membros do comité executivo do Banco Central Europeu (BCE) divulgado esta sexta-feira, 3 de janeiro.
De acordo com o documento, Schnabel será responsável pela direção geral das operações de mercado, que incluem a compra de dívida pública dos países da Zona Euro, um programa que o Conselho do BCE (que junta governadores nacionais e os membros do comité executivo) decidiu retomar em setembro do ano passado. Além disso, a economista alemã terá a pasta das estatísticas e da investigação dentro do BCE.
Ao contrário de uma parte significativa da opinião pública na Alemanha, Isabel Schnabel tem adotado um discurso favorável à ação do Banco Central Europeu, cuja sede está em Frankfurt, criticando as narrativas alemãs que têm surgido contra o BCE. Em entrevistas e noutros fóruns públicos, como é o caso do Twitter, a economista alemã tem defendido o papel do banco central.
Para Isabel Schnabel o mais preocupante é a "agressividade" das discussões na Alemanha contra o BCE. "A culpabilização [do BCE pelo que de mau acontece] é extremamente perigosa e pode afetar a confiança no euro", disse a economista alemã aos eurodeputados em novembro, referindo-se a capas de jornais como a que comparava Mario Draghi, ex-presidente do BCE, ao Conde Drácula, como um "sugador de poupança".
"Eu concordo totalmente que nós precisámos de começar a explorar o que a política monetária faz para contrariar estas narrativas perigosas. Se eu for confirmada, esta será uma das minhas prioridades", disse na audição no Parlamento Europeu, antes de ser confirmada para o cargo.
Em particular sobre o relançamento do QE, Schnabel admitiu que "provavelmente" teria esperado mais tempo até reintroduzir a compra de ativos. No entanto, não negou a necessidade de que eram necessárias medidas "muito acomodatícias" naquele momento em que a economia e a inflação estavam a desacelerar.
Lagarde com comunicação. Panetta com pagamentos
A presidente do BCE, Christine Lagarde, manteve as mesmas áreas de responsabilidade de Draghi, onde se inclui a direção-geral da comunicação. Esta foi uma área que Lagarde apontou como uma prioridade, sendo o objetivo a simplificação da mensagem do BCE para que a população perceba a sua missão e as medidas que são tomadas.
Já o também recém chegado Fabio Panetta ficará com as áreas ligadas à infraestrutura dos mercados e dos pagamentos - uma área que está a ganhar importância dentro dos bancos centrais -, assim como as relações internacionais. Esta era uma área que anteriormente estava sob a alçada de Benoît Cœuré, que saiu do BCE para o Bank of International Settlements para trabalhar na área da inovação financeira, onde se incluem as 'stablecoins', as criptomoedas e as novas formas de pagamentos.
Na última reunião de política monetária de 2019 - e a primeira liderada por Lagarde -, a presidente do BCE revelou que foi criada uma "task force" para acelerar os trabalhos sobre as "stable coins", criptomoedas que são desenhadas para minimizar a volatilidade que se verifica noutras moedas digitais. Lagarde disse que espera ter resultados no primeiro semestre de 2020, até porque o BCE tem de se "antecipar" nesta área. "Há claramente uma procura que tem de ter uma resposta".
De acordo com o documento, Schnabel será responsável pela direção geral das operações de mercado, que incluem a compra de dívida pública dos países da Zona Euro, um programa que o Conselho do BCE (que junta governadores nacionais e os membros do comité executivo) decidiu retomar em setembro do ano passado. Além disso, a economista alemã terá a pasta das estatísticas e da investigação dentro do BCE.
Para Isabel Schnabel o mais preocupante é a "agressividade" das discussões na Alemanha contra o BCE. "A culpabilização [do BCE pelo que de mau acontece] é extremamente perigosa e pode afetar a confiança no euro", disse a economista alemã aos eurodeputados em novembro, referindo-se a capas de jornais como a que comparava Mario Draghi, ex-presidente do BCE, ao Conde Drácula, como um "sugador de poupança".
"Eu concordo totalmente que nós precisámos de começar a explorar o que a política monetária faz para contrariar estas narrativas perigosas. Se eu for confirmada, esta será uma das minhas prioridades", disse na audição no Parlamento Europeu, antes de ser confirmada para o cargo.
Em particular sobre o relançamento do QE, Schnabel admitiu que "provavelmente" teria esperado mais tempo até reintroduzir a compra de ativos. No entanto, não negou a necessidade de que eram necessárias medidas "muito acomodatícias" naquele momento em que a economia e a inflação estavam a desacelerar.
Lagarde com comunicação. Panetta com pagamentos
A presidente do BCE, Christine Lagarde, manteve as mesmas áreas de responsabilidade de Draghi, onde se inclui a direção-geral da comunicação. Esta foi uma área que Lagarde apontou como uma prioridade, sendo o objetivo a simplificação da mensagem do BCE para que a população perceba a sua missão e as medidas que são tomadas.
Já o também recém chegado Fabio Panetta ficará com as áreas ligadas à infraestrutura dos mercados e dos pagamentos - uma área que está a ganhar importância dentro dos bancos centrais -, assim como as relações internacionais. Esta era uma área que anteriormente estava sob a alçada de Benoît Cœuré, que saiu do BCE para o Bank of International Settlements para trabalhar na área da inovação financeira, onde se incluem as 'stablecoins', as criptomoedas e as novas formas de pagamentos.
Na última reunião de política monetária de 2019 - e a primeira liderada por Lagarde -, a presidente do BCE revelou que foi criada uma "task force" para acelerar os trabalhos sobre as "stable coins", criptomoedas que são desenhadas para minimizar a volatilidade que se verifica noutras moedas digitais. Lagarde disse que espera ter resultados no primeiro semestre de 2020, até porque o BCE tem de se "antecipar" nesta área. "Há claramente uma procura que tem de ter uma resposta".